Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
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Américo Durão – Poesias Completas
Américo Durão
“Quando a natureza reflexivamente trágica de uma poesia se sobrepõe ao solipsismo estreito de uma época, afastando o cliché, encontramo-nos diante de um Poeta destinado aos grandes e nobres vaticínios do Futuro.
É o caso de Américo Durão (1892-1969), que foi o mestre unânime de Florbela Espanca. Nascido na aldeia do Couço, concelho de Coruche, a sua poesia parte de uma intenção introspectiva, que é nele uma forma complexa, se não contraditória, de narcisismo. O sensualismo inflamado de Durão pode ser vitalista, que não chega nunca a ser uma questão de programa. E o que aqui se diz do culto das formas, pode ainda, com mais propriedade, ser adiantado para o sentido do desespero moderno deste Poeta, que fez de Tântalo um paradigmático emblema da condição humana. Na imperturbável luta entre o desejo e a morte, a saudade parece ser intersticialmente o único momento de uma distensão possível.
Mas a poesia de Américo Durão não foi só a fonte onde uma Florbela sempre sequiosa e ardente foi procurar a água pura e fresca da sua inspiração. Os versos que Durão publicou entre 1914 e 1921, anunciam também os mais insofridos de Botto ou de Régio, ainda que Durão tenha trocado pouco depois a amargura provocatória ou o sensualismo feroz por uma forma de estoicismo, que não renunciou, todavia, ao sarcasmo acutilante ou ao voyeurismo complacente.
Uma poesia abalizada assim pelo futuro precisava de encontrar uma iniciativa que lhe correspondesse. Américo Durão comprazeu-se nos últimos anos da sua vida e nos derradeiros versos que escreveu a chamar sobre si a fatalidade trágica de poeta definitivamente esquecido. A reunião dos oito livros de versos que o grande Poeta deu à estampa entre 1914 e 1963 vem mostrar que esse estigma é uma questão de estilo, mas não de destino. A justiça não é aqui um desperdício, nem tão pouco um desafio; é tão-só uma questão de cultura.”
“Edição de António Cândido Franco.
Introduções de António Cândido Franco e José Carlos Seabra Pereira.”
“Quando a natureza reflexivamente trágica de uma poesia se sobrepõe ao solipsismo estreito de uma época, afastando o cliché, encontramo-nos diante de um Poeta destinado aos grandes e nobres vaticínios do Futuro.
É o caso de Américo Durão (1892-1969), que foi o mestre unânime de Florbela Espanca. Nascido na aldeia do Couço, concelho de Coruche, a sua poesia parte de uma intenção introspectiva, que é nele uma forma complexa, se não contraditória, de narcisismo. O sensualismo inflamado de Durão pode ser vitalista, que não chega nunca a ser uma questão de programa. E o que aqui se diz do culto das formas, pode ainda, com mais propriedade, ser adiantado para o sentido do desespero moderno deste Poeta, que fez de Tântalo um paradigmático emblema da condição humana. Na imperturbável luta entre o desejo e a morte, a saudade parece ser intersticialmente o único momento de uma distensão possível.
Mas a poesia de Américo Durão não foi só a fonte onde uma Florbela sempre sequiosa e ardente foi procurar a água pura e fresca da sua inspiração. Os versos que Durão publicou entre 1914 e 1921, anunciam também os mais insofridos de Botto ou de Régio, ainda que Durão tenha trocado pouco depois a amargura provocatória ou o sensualismo feroz por uma forma de estoicismo, que não renunciou, todavia, ao sarcasmo acutilante ou ao voyeurismo complacente.
Uma poesia abalizada assim pelo futuro precisava de encontrar uma iniciativa que lhe correspondesse. Américo Durão comprazeu-se nos últimos anos da sua vida e nos derradeiros versos que escreveu a chamar sobre si a fatalidade trágica de poeta definitivamente esquecido. A reunião dos oito livros de versos que o grande Poeta deu à estampa entre 1914 e 1963 vem mostrar que esse estigma é uma questão de estilo, mas não de destino. A justiça não é aqui um desperdício, nem tão pouco um desafio; é tão-só uma questão de cultura.”
“Edição de António Cândido Franco.
Introduções de António Cândido Franco e José Carlos Seabra Pereira.”
- ISBN
- Código1001612
- Data de publicaçãoNovembro de 1999
- Nº de páginas414
- TemaLiteratura e Ficção
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