Apresentação do livro “O Essencial sobre José Saramago”
«A GLOBALIZAÇÃO DE ROSTO HUMANO» — Ciclo de Conferências
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Confissões
Santo Agostinho
«As Confissões de Santo Agostinho, no dizer de Eduardo Lourenço, são obra mítica da Cultura Ocidental. Na verdade, se por mítica se entende aquela obra que, ao dizer e confessar, está simultaneamente a criar uma demanda originária, que enraíza matricialmente numa mundividência sobre a qual exerce um fascínio quase inexplicável, então a história da sobrevida e da tradução das Confissões torna pertinente tal designação.
É inegável que, se o género confessional não foi inaugurado por Santo Agostinho, foi ele quem, com as Confissões, mais divulgou a literatura de viagens interiores, de autobiografia íntima, de subida às moradas e aos palácios da memória que marcou, profundamente, a nossa espiritualidade e contribuiu para um processo de elaboração da nossa consciência.
A liberdade, a amizade, a procura, o encontro, a alegria, o louvor; as emoções, os sentimentos, a razão, a fé; a criação, o tempo, a memória, a eternidade; o mal, o pecado, o erro, a culpa, a ilusão e a desilusão: eis a experiência de um homem de carne e osso que, em toda a sua riqueza e complexidade, converge para as Confissões, e que releituras sucessivas de certo modo universalizaram e concretizaram.
Reler as Confissões é ampliar, com o nosso, o seu testemunho. É esta a leitura apropriada, pois o pensamento augustiniano, mormente nas Confissões, reverte o tempo crónico — esse devorador dos seus próprios filhos — pela remissão para uma ordem sincrónica que pode ser, nesta hora, uma vitória sobre o desespero e o terror do tempo. É, por isso, um pensamento aberto ao possível e, talvez, ao impossível. E isto é o que mais importa pensar.» In contracapa.
Grande Prémio de Tradução da Associação Portuguesa de Tradutores / PEN Clube Português, 2000.
«As Confissões de Santo Agostinho, no dizer de Eduardo Lourenço, são obra mítica da Cultura Ocidental. Na verdade, se por mítica se entende aquela obra que, ao dizer e confessar, está simultaneamente a criar uma demanda originária, que enraíza matricialmente numa mundividência sobre a qual exerce um fascínio quase inexplicável, então a história da sobrevida e da tradução das Confissões torna pertinente tal designação.
É inegável que, se o género confessional não foi inaugurado por Santo Agostinho, foi ele quem, com as Confissões, mais divulgou a literatura de viagens interiores, de autobiografia íntima, de subida às moradas e aos palácios da memória que marcou, profundamente, a nossa espiritualidade e contribuiu para um processo de elaboração da nossa consciência.
A liberdade, a amizade, a procura, o encontro, a alegria, o louvor; as emoções, os sentimentos, a razão, a fé; a criação, o tempo, a memória, a eternidade; o mal, o pecado, o erro, a culpa, a ilusão e a desilusão: eis a experiência de um homem de carne e osso que, em toda a sua riqueza e complexidade, converge para as Confissões, e que releituras sucessivas de certo modo universalizaram e concretizaram.
Reler as Confissões é ampliar, com o nosso, o seu testemunho. É esta a leitura apropriada, pois o pensamento augustiniano, mormente nas Confissões, reverte o tempo crónico — esse devorador dos seus próprios filhos — pela remissão para uma ordem sincrónica que pode ser, nesta hora, uma vitória sobre o desespero e o terror do tempo. É, por isso, um pensamento aberto ao possível e, talvez, ao impossível. E isto é o que mais importa pensar.» In contracapa.
Grande Prémio de Tradução da Associação Portuguesa de Tradutores / PEN Clube Português, 2000.
- ISBN978-972-27-2511-8
- Código1021441
- Data de publicaçãoDezembro de 2021
- Nº de páginas780
- TemaFilosofia
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