Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935) é um dos nomes mais destacados e reconhecidos da literatura em Língua Portuguesa e é o mais universal dos poetas portugueses. Génio incompreendido em vida, criou identidades várias e, por necessidade absoluta «de sentir tudo de todas as maneiras», desdobrou-se em múltiplos — a quem chamou heterónimos. Deixou cerca de 30 mil manuscritos assinados por mais de 72 autores (heterónimos) diferentes. Poeta, da escola dos modernistas, cultivou uma poesia voltada para temas tradicionais portugueses e também — e sobretudo — voltada para o lirismo saudosista, expressão do seu eu mais refundo, do seu desassossego, da sua intranquilidade, do seu tédio, dessa «dor que deveras sente».
A Imprensa Nacional dedica a este poeta maior da Língua Portuguesa, entre outros títulos, a coleção «Edição Crítica de Fernando Pessoa», sob a coordenação do Professor Ivo Castro e também a coleção de ensaios «Pessoana». A partir de hoje, e sempre às quartas-feiras, a Imprensa Nacional passa a disponibilizar no seu site de Internet, www.incm.pt, de forma gratuita, uma boa parte da obra pessoana. Hoje ficam disponíveis:
(clique para os ler e descarregar gratuitamente)
Os textos que formam estas edições foram inicialmente publicados no vol. I da Edição Crítica de Fernando Pessoa: Mensagem e Poemas Publicados em Vida, Lisboa, Imprensa Nacional, 2018.
A estrutura e o conteúdo dessa «edição-mãe» são conservados, com as seguintes intervenções principais: foram corrigidas gralhas, foram revistas leituras, foi adotada a ortografia oficial vigente, foram retirados os instrumentos críticos acessórios do texto (aparatos, anotações, introduções, índices, etc.) e em alguns volumes foram retirados textos incompletos. Para facilitar o cotejo com a edição-mãe, os textos conservam o número que aí tinham, o que explica os saltos de numeração desta edição digital.
Em Poemas Publicados em Vida I e II pode encontrar os poemas que Fernando Pessoa publicou em vida, em seu nome e em Português, numerados por data de publicação. Alguns deles foram-no mais do que uma vez, com ou sem alterações, por vezes com outro título; nestes casos, as repetições conservam aqui a numeração sequencial da primeira publicação (os n.os 2, 11, 37, 46-47). Os poemas n.os 37, 48-52, 54-59 e 95-96 viriam a ser integrados pelo autor na Mensagem. 14 dos 44 poemas que constituem a Mensagem já tinham sido anteriormente publicados por Fernando Pessoa em jornais e revistas.
A edição é de Luiz Fagundes Duarte.
A Imprensa Nacional ao disponibilizar a obra pessoana, em formato digital e gratuito, continua a promover este grande tesouro da língua portuguesa, este talento: «inteiro e grande», que são os livros de Fernando Pessoa, nomeadamente junto dos mais jovens – uma forma de dar continuidade à primordial e já longa missão de serviço público da editora pública: preservar e divulgar a memória e o património comuns.