Julgamento do homicida de Luís Derouet.

  • Referência
    «A Morte de Luis Derouet — Iniciou-se o julgamento que foi adiado para exame do assassino», Diário de Notícias (América), n.º 2636, de 31 de dezembro de 1927, p. 1.
Assunto

Início do julgamento de Manuel Pinto pelo homicídio de Luís Derouet.

Ficha

«Lisboa, dezembro, 18 — O tipógrafo Manuel de Jesus Pinto, que em outubro último assassinou a tiros de pistola o malogrado diretor da Imprensa Nacional de Lisboa, Luís Derouet, compareceu ontem no tribunal militar de Santa Clara, a prestar contas do seu crime.
Como já dissemos, o tribunal foi assim constituído:
Presidente, o Sr. Coronel Leopoldo Augusto Pinto Soares, vogais efetivos os Srs. Dr. Brochado Brandão, juiz auditor, e tenente-coronel de artilharia Luciano Cordeiro. Suplentes os Srs. coronel Aguiar, antigo comandante de infantaria 1, e tenente-coronel de engenharia Vasco de Mendonça. Promotor de justiça, capitão António Pais de Andrade Baeta. Secretário, capitão Gonçalves Santos. Defensor, Dr. António Seves, por substabelecimento do Sr. Dr. Amâncio de Alpoim. Da acusação particular encarregou-se o Sr. Dr. Carlos Olavo. Sobre a sua beca destacava-se uma condecoração — a Cruz de Guerra. O defensor oficioso assistiu também. Era o Sr. Capitão Francisco Pedro Simões.
Como era de calcular, este julgamento despertou grande interesse no público, enchendo-se por completo a sala, contando-se na assistência muitos amigos e alguns parentes do falecido. Feita a chamada das testemunhas, verificou-se que algumas faltaram sem justificação da sua ausência.
Dispensadas umas e indicadas outras para deporem sobre vários pontos dos autos, foi requerido pela defesa um exame médico às faculdades mentais do réu, do que a acusação discordou.
O júri reuniu durante duas horas e um quarto para deliberar, acabando por deferir aquele requerimento, pelo que o julgamento foi adiado até que se conheça o requerido relatório dos peritos psiquiatras.»