Inauguração da Exposição Nacional das Artes Gráficas.

  • Referência
    COBEIRA, António, «Crónica Ocidental», O Occidente: revista illustrada de Portugal e do estrangeiro, n.º 1252, de 10 de outubro de 1913, p. 307.
Assunto

Inauguração da Exposição Nacional das Artes Gráficas.

Ficha

«Com grande prazer de espírito, ainda que de relance, visitámos as salas artisticamente e severamente dispostas, da importantíssima Exposição de Artes Gráficas realizada no belo edifício da Imprensa Nacional. Há motivos para felicitar calorosamente o presidente da comissão organizadora. Há muito tempo que aos espíritos curiosos da nossa terra se fazia, mais e mais, sentir, para coordenação ajuizada de certos sucessos materiais da livraria e elucidação do público, a necessidade duma grande exposição desta natureza. Não foi tão completa como, na verdade, seria para desejar. Rivalidades de casas antigas e porventura nos últimos tempos, exacerbadas, meteram, de permeio, influências impossibilitantes. Entanto [sic] a obra realizada é a criadora de simpatia e elogios de estímulos. Não temos, por agora ocasião de nos referirmos, com demora e pormenores, aos vários especímenes do certame. Lá deparámos com trabalhos excelentes da Casa da Moeda e Imprensa Nacional e magníficos exemplares das secções de gravura e fotografia. Não podemos finalizar esta notícia brevíssima, sem nos determos mais uma vez, com admiração, ante os esforços de Pires Marinho que foi o primeiro — cremos — que com poderosa vontade e êxito remunerador impôs em Portugal a gravura química.
E a propósito, mais um olhar se nos esgueira com saudades para esses preciosos e belos trabalhos, acabados com tanta firmeza e consciência, de Caetano Alberto — fundador de uma escola de gravura que o tempo desmoronou e perdeu impiedosamente…»