Em 2015 comemoraram-se os 120 anos da criação da revista O Arqueólogo Português. O primeiro número da revista saiu em janeiro de 1895 e teve na sua génese o fundador do atual Museu Nacional de Arqueologia e também autor da Imprensa Nacional, José Leite de Vasconcelos.
2015 foi, portanto, um ano de comemoração para esta publicação centenária que sempre se afirmou e projetou como um repositório científico da Arqueologia portuguesa, mas não só. Foi também um ano em que a revista assumiu um novo rumo.
António Carvalho, diretor do MNA, explicava, no editorial ao volume 4/5 da série V (referente aos anos 2014/2015) algumas dessas mudanças:
Reatada em 2011 a parceria com a INCM, que esteve na origem da série V (…) apresenta-se a publicação de um volume duplo 4/5 (2014/2015) já com o sistema de arbitragem por pares (peer review) implementado. A adoção deste sistema, é sabido, cria uma dinâmica editorial que compreensivelmente em muitos casos atrasa a publicação dos artigos submetidos pelos autores. Foi esse o caso de O Arqueólogo Português, mas foi um risco assumido pela direção da revista e que contou com o apoio e ativa colaboração de todos os membros do Conselho Editorial, na definição dos procedimentos a seguir e na elaboração de uma base de dados de avaliadores (referees) a contactar. O modelo por nós seguido de «dupla avaliação cega» (double blind peer review) é o que se encontra em vigor em várias conceituadas revistas peninsulares de arqueologia. Esta experiência iniciada com este volume, que agora se edita, foi um verdadeiro sucesso, e nunca é demais sublinhar o empenhamento de todos, Conselho Editorial e avaliadores que sempre prontamente nos apoiaram e incentivaram nesta nova tarefa que, cremos, irá garantir na contemporaneidade a manutenção da projeção da revista O Arqueólogo Português no meio científico nacional e internacional.
A edição deste volume duplo reforça, também, a parceria do Museu com a INCM o que, no quotidiano do MNA, se tem espelhado em múltiplas e frutuosas colaborações que certamente continuarão em bom ritmo.
Certos de que tudo o que se inicia pode ser melhorado, continuamos a contar com o empenhamento e apoio de toda a comunidade arqueológica e científica, nacional e estrangeira, nas próximas edições desta revista centenária, ela própria um testemunho vivo da evolução da Arqueologia portuguesa, peninsular e europeia.
António Carvalho, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia in «Editorial»
Pode ler e descarregar o Volume 4/5 da série V da Revista O Arqueólogo Português, clicando aqui.
Este volume duplo é constituido pelos seguintes artigos:
«A correspondência de Abel Viana para José Leite de Vasconcelos. Do mérito ao reconhecimento», de João Luís Cardoso e Lívia Cristina Coito;
«José Leite de Vasconcelos e Vila Viçosa – o santuário a Endovélico (S. Miguel da Mota, Alandroal) e a Casa de Bragança», de Mónica Rolo;
«Una adquisición de monedas griegas en el Museo Etnológico Portugués (1904)», de Noé Conejo Delgado;
«Porque é que a arte do Coa se concentra na margem esquerda? Condicionantes geológicas e ambientais para a formação e conservação dos suportes artísticos do Vale do Coa», de Thierry Aubry, Luís Luís e Luca Dimuccio;
«Estremoz 7 ou a Anta de Nossa Senhora da Conceição dos Olivais (Estremoz, Évora)», de Rui Boaventura, Rui Mataloto, Marco António Andrade e Diana Nukushina;
«Muitos mortos no Deserto… Monumentos – satélite do núcleo megalítico do Deserto e Barrocal das Freiras. 1: A anta do Espragal (Foros de Vale Figueira, Montemor-o-Novo)», de Victor S. Gonçalves e Marco António Andrade;
«O fenómeno campaniforme em Portugal: Uma síntese», de João Luís Cardoso;
«Ladeira, 100 anos depois de José Leite de Vasconcelos», de Ana Cristina Ribeiro;
«Instrumentos de medicina, cirurgia, farmácia, higiene e outros cuidados de saúde, provenientes da cidade romana de Balsa (Tavira, Portugal) entre os séculos I e III d. C.», de Maria do Sameiro Barroso;
«LRC (PRSW) e LRD (CRSW) provenientes da escavação de emergência efetuada na villa romana do Alto do Cidreira (Cascais)», de Eurico de Sepúlveda, Catarina Bolila e Raquel dos Santos;
«Fragmento de inscrição islâmica de Silves», de Carmen Barceló Torres e Mário V. Gomes;
«A cerâmica preta do Mosteiro de São João de Tarouca», de Bruno Costa.