Se Camões não tivesse estudado a língua portuguesa a fundo, se não tivesse viajado e se não amasse tanto a vida – e as mulheres da sua vida – talvez não tivesse escrito Os Lusíadas e uma série de outros textos tão importantes como famosos. É claro que são muitos «ses», mas vale a pena pensar neles.
Todos somos o reflexo daquilo que vivemos e os artistas, talvez mais do que o comum dos mortais, têm a capacidade de absorver, interpretar e transformar a realidade. Camões fê-lo, sem dúvida.
Apesar de já haver muitas formas de recuperar informação do passado, não se sabe muito sobre a sua vida. Há 400 anos não havia redes sociais ou Internet, pelo que é difícil conhecer alguns pormenores dos seus 57 anos passados neste planeta.
Luís Vaz de Camões terá nascido em 1524/25 e morreu em 1580. Estudou em Coimbra e, com apenas 18 anos, iniciou a sua carreira militar, o que acabou por fazê-lo perder um olho em terras de Ceuta (norte de África). Quem sabe se essa visão particular que passou a ter do mundo, não o fez escrever de uma forma tão especial, pela qual ainda hoje é celebrado? Mais ainda, fez com que o feriado nacional de Portugal coincidisse com a sua data de morte: 10 de junho!
Além do norte de África, esteve também na Índia e em diversos locais do Oriente. Terá sido durante estas viagens que escreveu poemas, peças de teatro, cartas e a sua obra prima Os Lusíadas – que salvou num naufrágio na foz do rio Mekong, quando regressava para Goa, vindo de Macau, onde ficou a viver durante nove anos.
Mas a vida de Camões não se resume a manifestações artísticas. Chegou a ser preso e expulso de alguns dos locais por onde passava. O seu espírito apaixonado levava-o a meter-se em brigas, mas, como também fazia parte do seu charme, tinha sempre um grupo de amigos que o ajudava.
Resumindo e concluindo, apesar de não haver muitos registos, há informação suficiente para conhecer melhor a vida de um dos escritores mais famosos de Portugal, e quiçá do mundo! Desta forma, será mais fácil perceber a influência que teve na língua portuguesa e no nosso imaginário. Aliás, raros serão os portugueses que não se referem a Adamastor como algo muito assustador, ou que não sabem citar de cor o início da sua epopeia: «As armas e os barões assinalados/ Que da ocidental praia lusitana/ Por mares nunca de antes navegados/ Passaram ainda além da Taprobana». E quem não sabe, aprenda depressa, pois este tipo de informação – pérolas da cultura geral – não é raro fazer parte de «quizzes» em concursos de televisão!
O livro Luís Vaz de Camões – um poeta genial, foi escrito por Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada e ilustrado por Margarida Mouta. Faz parte da coleção «Grandes Vidas Portuguesas», dedicada às vidas de personalidades que se destacaram, em vários domínios, na História de Portugal. Uma edição da Pato Lógico, em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
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