Figura invulgarmente eclética e criativa, António Lagarto é um dos mais relevantes cenógrafos e figurinistas portugueses. A sua carreira multifacetada tem passado por diversas áreas da arte e da cultura, da fotografia e do cinema às artes performativas, à ilustração, ao design expositivo e à arquitetura de interiores.
De dezembro de 2014 a maio de 2015, o MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo apresentou um conjunto de cerca de 250 peças criadas por António Lagarto durante 30 anos de carreira.
«De Matrix a Bela Adormecida» foi uma mostra cuidadosamente encenada pelo próprio António Lagarto, plena de dramaticidade e sentido plástico, depurada de barreiras visuais, e convidando a uma inusitada proximidade, de modo a que os seus requintados figurinos pudessem viver para além do palco e ser apreciados nos mais ínfimos detalhes. Uma experiência verdadeiramente invulgar.
Terminada a exposição, e contrariando a efemeridade do momento, eis que surge o registo dessa memória sob a forma de uma magnífica publicação, em grande formato. A par das reflexões de Eugénia Vasques, João Carneiro, Manuela Bronze, Anabela Becho, Paulo Morais-Alexandre e Mariana Sá Nogueira sobre a figura e a obra de António Lagarto; a par dos depoimentos de atores e bailarinos que com ele têm trabalhado, esta publicação perpetua ainda imagens dos espetáculos para os quais as peças foram concebidas, bem como o registo exaustivo, para memória futura, das peças expostas pelo olhar fotográfico de Luísa Ferreira.
RAS