Novelas do Minho é um conjunto de oito novelas, escritas por Camilo Castelo Branco entre 1875 e 1877, ou seja, numa fase de maturidade intelectual do escritor. São oito novelas de dimensões desiguais. Umas podem designar-se de novelas, outras serão contos mais alongados. Camilo designou-as de «biografias enoveladas», mas o certo é que constituem um marco na produção literária do autor e são a descrição do Portugal contemporâneo a Camilo, que o dá a conhecer brilhantemente num registo realista, satírico e crítico, onde o bucolismo idílico cede o lugar à dura realidade.
As Novelas do Minho são oito: Gracejos Que Matam, O Comendador, O Cego de Landim, A Morgada de Romariz, O Filho Natural, Maria Moisés, O Degredado e A Viúva do Enforcado. Foram publicadas em Lisboa pelo editor Matos Moreira entre 1875 e 1877, em doze pequenos livros brochados com bonitas capas de papel. Algumas novelas mais extensas ocupam vários fascículos (dois o Filho Natural e a Maria Moisés, três A Viúva do Enforcado); por isso é que o número de fascículos supera o de novelas. A publicação foi dilatada por quase dois anos, com o seguinte ritmo de escrita e de publicação: a primeira novela, Gracejos, foi concluída em finais de agosto e publicada ainda em 1875; a segunda, Comendador, foi concluída dois meses mais tarde, outubro de 1875, mas só saiu no outro ano; as duas seguintes, Cego de Landim e Morgada de Romariz, foram escritas ao mesmo tempo e estão datadas ambas de julho de 1876, tendo saído nesse mesmo ano; igualmente saíram em 1876 o Filho Natural, concluída em setembro, e Maria Moisés, de novembro; esta novela e a seguinte, Degredado, foram terminadas quase ao mesmo tempo, mas a segunda já foi publicada em 1877, tal como a última, Viúva do Enforcado, que é inteiramente desse ano. (…) Verifica‑se, assim, que algumas das novelas foram escritas em simultâneo, ou umas foram redigidas quando outras já estavam em provas na tipografia ou mesmo já tinham sido publicadas. Os tempos das várias operações produtivas (escrita, reescrita, edição e receção), em vez de se sucederem distintamente, neste livro sobrepõem‑se e entrecruzam‑se: pode dizer‑se que as Novelas foram criadas em ambiente de multitasking, com o autor empenhado simultaneamente em tarefas de escrita e revisão, com partes da obra ainda em fase de criação original quando outras estavam já à beira da publicação impressa, ou já estavam a ser lidas e comentadas. Veja‑se um bom exemplo disto: o Filho Natural e a Maria Moisés foram acabadas de escrever com dois meses de intervalo e publicadas no mesmo ano, sendo possível conjeturar que foram escritas ao mesmo tempo.
Ivo Castro in «Nota Editorial» de Novelas do Minho
Depois de Gracejos que Matam, O Comendador, O Cego de Landim e A Morgada de Romariz, hoje fica disponível:
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Este volume teve edição de Ivo Castro e de Carlota Pimenta.