As candidaturas à 3.ª edição do Prémio Literário Arnaldo França continuam a decorrer até 15 de setembro.
Há semelhança das edições anteriores, podem concorrer a esta edição textos que reúnam cumulativamente as seguintes situações:
a) Textos originais e inéditos, do domínio da prosa literária, em língua portuguesa;
b) Textos cujos autores sejam cidadãos cabo-verdianos ou residentes em Cabo Verde há mais de 5 anos;
c) Textos que não tenham sido apresentados a nenhum outro concurso com decisão pendente e que respeitem o regulamento que pode ser consultado em www.incm.pt e em www.incv.cv.
Conheça aqui o Regulamento do Prémio Literário Arnaldo França.
O Prémio Literário Arnaldo França contemplará a edição da obra premiada, assim como uma componente pecuniária de 5000 € a título de prémio.
Este ano preside ao júri o escritor Germano Almeida. Daniel Medina e Paula Mendes são os dois outros elementos que compõe o júri.
Recorde-se que na edição anterior, em 2019, a obra vencedora foi Selma, a Diretora Lésbica de Benvindo Gomes Semedo.
Recorde-se ainda que este galardão é instituído e promovido em parceria pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) e pela Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV). Tem como propósito a promoção da língua portuguesa e do talento literário em Cabo Verde, pretendendo-se com este Prémio incentivar a criação literária cabo-verdiana bem como proceder à divulgação de trabalhos inéditos de grande qualidade.
Quanto a Arnaldo França, que dá nome ao galardão, foi alfandegário de carreira e um reconhecido poeta, escritor, académico, crítico, ensaísta e investigador. Licenciou-se em, Lisboa, em Ciências Sociais e Políticas, pela Universidade Técnica. Admirava o crioulo cabo-verdiano e o português. Traduziu Pessoa, Camões e Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros. Lutou para resgatar do limbo do esquecimento muitas obras de muitos escritores. Destacam-se as antologias O Escravo, de Evaristo de Almeida, ou os escritos de Guilherme Dantas. Escreveu também vários ensaios, dedicados às obras de António Aurélio Gonçalves, Jorge Barbosa, Januário Leite, Luís Loff de Vasconcelos, Arménio Vieira, Teixeira de Sousa e Germano Almeida. Foi também ministro das Finanças de Cabo Verde nos anos de 1980. Nasceu na Cidade da Praia, em Cabo Verde, a 15 de dezembro de 1925, onde morreu 89 anos depois, a 21 de agosto de 2015.
Arnaldo França foi ainda autor de Notas sobre Poesia e Ficção Cabo-Verdianas (1962), sendo considerado como um dos nomes maiores da cultura cabo-verdiana do século XX. Com a Imprensa Nacional Arnaldo França colaborou, juntamente com Elsa Rodrigues dos Santos na Obra Poética, de Jorge Barbosa (2002).
Os resultados serão conhecidos a 16 de novembro.
Sobre o Júri:
Germano de Almeida (Presidente)
Advogado e escritor, estudou Direito na Universidade de Lisboa e fez carreira na advocacia na ilha de São Vicente. Publicou o seu primeiro romance O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989. É autor de cerca de 20 títulos. Enquanto ficcionista, tornou-se um dos mais destacados nomes da literatura em Língua Portuguesa. Em 2018 recebeu o Prémio Camões. Tem obras publicadas em diversos países, nomeadamente em Portugal, Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca, Cuba, Estados Unidos, Bulgária, Suíça.
Daniel Medina
Doutorado em Ciências Políticas pela Universidade de Santiago de Compostela; Mestre em Linguística pela Universidade Nova de Lisboa; Pós-graduado em Direito pela Universidade de Coimbra; Licenciado em Jornalismo Internacional pela Escola Superior de Jornalismo do Porto. É formador, jornalista e Professor Universitário. É Presidente da Associação de Escritores de Cabo Verde.
Paula Mendes
Editora-chefe da INCM. Editora profissional com larguíssima experiência de edição e revisão de textos. Foi docente convidada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na área da Revisão de texto. Licenciada e Mestre em Linguística e pós-graduada em Edição.