No próximo dia 17 de novembro, pelas 18h30, a Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa, acolhe a sessão de apresentação do livro Arquitetura Vernacular de Goa. A Casa: Contexto e Tipos, de Victor Mestre, com a chancela da Imprensa Nacional. A sessão de lançamento deste volume será apresentada por Walter Rossa e contará com a presença do autor. A entrada é gratuita.
Arquitetura Vernacular de Goa. A Casa: Contexto e Tipos versa sobre a habitação popular goesa. Identifica, classifica e ordena os tipos de casas inscritos no território de Goa na sua articulação com as arquiteturas vernaculares da Península Hindustânica, considerando as influências das arquiteturas hindu, católica, islâmica e coloniais, num arco cronológico que vai do século xvııı ao ano de 1961. A par da descrição e da análise do construído nas suas diferentes expressões e funções, a investigação procede à contextualização sistemática dos aspetos socioculturais e religiosos presentes, direta e indiretamente, nas casas visitadas em aturado trabalho de campo, amplamente refletido nos levantamentos exaustivos agora reproduzidos.
Victor Mestre procede ainda a uma comparação metódica, em harmonia com as atividades rurais e as vivências quotidianas, das influências e dos diálogos arquitetónicos patentes na arquitetura estudada. A abordagem desenvolvida conjuga de forma permanente a relação entre o homem goês, o meio e o construído, desde uma simples construção efémera de apoio às atividades rurais, às tendas e cabanas, até às casas mais elaboradas de núcleo central elevado, ou formando um pátio ordenador das hierarquias espaciofuncionais. Como em muitos outros casos de arquitetura vernacular, é evidente que os alicerces das construções se encontram no homem que as constrói e habita, e é esta experiência única que este livro faz relevar. Não existe tipologia da arquitetura vernacular goesa à margem da compreensão antropológica.
Sobre o autor
Victor Mestre, arquiteto e doutor em Patrimónios de Influência Portuguesa, tem‑se distinguido por conjugar uma obra de arquitetura extensa, com particular enfoque na conservação, restauro e reabilitação de património, com uma investigação sistemática sobre a arquitetura vernácula portuguesa ou de influência portuguesa. Entre os projetos edificados, em parceria com Sofia Aleixo, destacam‑se a Casa‑Estúdio Carlos Relvas (Golegã, 2004), a reabilitação e ampliação da Quinta da Ramalha (Prémio Cidade de Almada, 2008‑2010), a reabilitação e ampliação da Quinta do Vale Formoso (Prémio Cidade do Funchal, 2012), o Liceu Passos Manuel, Lisboa (European Union Prize for Cultural Heritage/Europa Nostra Award, 2013) e a reabilitação e ampliação da Quinta Alegre, Lisboa (Prémio de Reabilitação Urbana, 2018). No domínio da arquitetura popular, é autor de Arquitectura Popular da Madeira (2001), coautor de Arquitectura Popular dos Açores (2000) e de CORPUS: Project for the Conservation of Traditional Mediterranean Architectural Heritage (2002), membro do conselho editorial, sob a direção de José Mattoso, do projeto de investigação Património de Influência Portuguesa (2010) e editor da secção dedicada ao Brasil da atualização da Encyclopedia of Vernacular Architecture of the World (2022). O estudo Tectos de Alfarge em Portugal encontra‑se em fase de publicação. A sua investigação mais recente, na continuidade dos inquéritos anteriores, dirige‑se para a arquitetura vernácula nos territórios de influência portuguesa em África.