Realizou-se ontem, dia 18 de novembro, a sessão de apresentação da coleção «Comunidades Portuguesas», seguida da cerimónia de entrega do Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro 2020, numa celebração da língua e da diáspora portuguesas.
O evento teve lugar na Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa, pelas 18 horas. Duarte Azinheira, diretor de edições e cultura, deu início à sessão, onde intervieram também, por esta ordem, Luís Filipe Castro Mendes, presidente do conselho editorial da coleção, Berta Nunes, Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Carlos Reis, presidente do júri do Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, e Augusto Santos Silva, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que encerrou a sessão, lembrando que «a diáspora portuguesa deve ser cada vez mais valorizada, sobretudo ‘como lugar de criação’».
A coleção «Comunidades Portuguesas» pretende trazer a público testemunhos, documentos, ensaios e obras de criação literária respeitantes aos portugueses que vivem, trabalham e criam fora do nosso país. Além de Luís Filipe Castro Mendes, Ivo Castro, Margarida Calafate e Onésimo Teotónio Almeida são os restantes elementos que compõem o conselho editorial da coleção.
«Comunidades Portuguesas», uma iniciativa conjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, já acolheu os seguintes títulos: Não Viajarei por Nenhuma Espanha, de Marcus Vinícius Quiroga, Uma Casa no Mundo, de Irene Marques, antes ontem que amanhã, de Monica Vieira-Auer, Cânticos sobre uma Gota de Água, de Eduardo Bettencourt Pinto, Romanceiro Português dos Estados Unidos, de Manuel da Costa Fontes, Romanceiro Português do Canadá, também de Manuel da Costa Fontes, No Fio da Vida: Uma Odisseia Açor-Americana, de Francisco Cota Fagundes, e A Porta Aberta, de Laurinda Andrade. Os últimos cinco títulos encontram-se publicados em versão digital e estão acessíveis para leitura e descarga gratuitas no site da Imprensa Nacional, em www.imprensanacional.pt.
Mónica Vieira-Auer, vencedora da 2.ª edição do Prémio, realçou, na cerimónia, a importância do prémio e desta coleção: «são duas iniciativas que reforçam os laços e o sentimento de pertença em relação ao nosso país e à nossa língua», acrescentando que «trabalhar a língua é uma maneira de dar continuidade e de não querer largar as nossas raízes e a nossa cultura».
Além de um prémio pecuniário no valor de cinco mil euros, Mónica Vieira-Auer acaba de ver publicado o seu trabalho antes ontem que amanhã na coleção «Comunidades Portuguesas», do qual o júri destacou a «representação de um universo pessoal com grande carga de autenticidade, temperada por uma certa contenção e, a espaços, por discretas notações irónicas (…) em sintonia com a evocação de vivências de um quotidiano investido de dimensão poética».
Mónica Vieira-Auer nasceu em Silvalde, Espinho. Em 1990, licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Estudos Portugueses e Alemães, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo sido professora de Português nos ensinos básico e secundário, e ainda tradutora numa empresa alemã. Em setembro de 1992, passou a viver na Alemanha, onde lecionou em várias universidades da Baviera, assim como em instituições de educação e formação de adultos. Desde 2010, é docente de Português — Língua Estrangeira na Universidade Friedrich-Alexander de Erlangen-Nuremberga.
O Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, atribuído em conjunto pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, tem como objetivo reforçar os vínculos de pertença à língua e cultura portuguesas de cidadãos nacionais residentes no estrangeiro e de lusodescendentes, ao mesmo tempo que homenageia a figura de Ferreira de Castro.
O evento foi gravado e está disponível nas páginas de Facebook da INCM_Livros e do MNE.