Em novembro, no Festival Literário Morabeza, em Cabo Verde, anunciámos e agora cumprimos! Já estão abertas as candidaturas para a 1.ª edição do Prémio Literário Arnaldo França e mantém-se abertas até 31 de agosto.
Criado pelas imprensas nacionais de Portugal e Cabo Verde este prémio literário pretende distinguir, todos os anos, obras inéditas em prosa de escritores cabo-verdianos, ou a residir em Cabo Verde há 5 anos ou mais.
O vencedor além dos 5000 euros pecuniários, ganhará a oportunidade de ver a sua obra publicada em Portugal, pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), e em Cabo Verde, pela Imprensa de Cabo Verde (INCV). O júri é composto por Vera Duarte (escritora), Daniel Medina (jornalista e Professor Universitário) e Paula Mendes (editora-chefe da INCM) e a sua decisão será conhecida até 15 de outubro, nos sítios institucionais da INCM (www.incm.pt) e da INCV (www.incv.cv).
Este prémio vem reiterar a vontade da Imprensa Nacional querer continuar a promover e a incentivar a criação literária em língua portuguesa, aliás é uma das suas missões primordiais. Recorde-se que, neste âmbito, já foram criados os galardões: Prémio INCM/Vasco Graça Moura, Prémio INCM/Eugénio Lisboa (Moçambique) e o Prémio INCM/Rui Cinatti (Timor).
Esta é também uma forma da Imprensa Nacional acolher novos autores e, de assim, alargar a sua oferta editorial. Mas é mais.
É também o exemplo feliz que dois países — com tanta história em comum — dão na preservação de um nome que serviu de forma muito generosa a literatura e a investigação literária em língua portuguesa: o incontornável Arnaldo França.
Alfandegário de carreira, Arnaldo Carlos de Vasconcelos França, nasceu na cidade da Praia, em Cabo Verde, a 15 de dezembro de 1925, onde morreu 89 anos depois, a 21 de agosto de 2015. Foi um reconhecido poeta, escritor, académico, crítico, ensaísta e investigador. Licenciou-se em Lisboa, em Ciências Sociais e Políticas, pela Universidade Técnica. Admirava o crioulo cabo-verdiano e o português. Traduziu Pessoa, Camões e Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros. Lutou para resgatar do limbo do esquecimento muitas obras de muitos escritores. Destacam-se as antologias Escravo, de Evaristo de Almeida, ou os escritos de Guilherme Dantas. Escreveu também vários ensaios, dedicados às obras de António Aurélio Gonçalves, Jorge Barbosa, Januário Leite, Luís Loff de Vasconcelos, Arménio Vieira, Teixeira de Sousa e Germano Almeida — o recentíssimo Prémio Camões 2018. Foi também ministro das Finanças de Cabo Verde nos anos de 1980.
Arnaldo França é ainda autor de Notas sobre Poesia e Ficção Cabo-Verdianas (1962), sendo considerado como um dos nomes maiores da cultura cabo-verdiana do século XX. A presidente do júri Prémio Literário Arnaldo França, Vera Duarte, descreveu-o como «o maior estudioso da literatura do arquipélago».
Com a INCM Arnaldo França colaborou, juntamente com Elsa Rodrigues dos Santos na Obra Poética, de Jorge Barbosa (2002).
Se tem os seus escritos na gaveta e acredita neles, não hesite: concorra! Para mais informações consulte o regulamento. Disponível aqui