Com a recente publicação da edição crítica de O Mistério da Estrada de Sintra — Cartas ao Diário de Notícias publica-se o 16.º volume da edição crítica das Obras Completas de Eça de Queirós, proporcionando a todos os queirosianos, e particularmente aos seus estudiosos, uma visão distintiva de um texto tido por Carlos Reis como «uma das mais ousadas provocações que a nossa história literária já conheceu».
Escrito em colaboração com Ramalho Ortigão, O Mistério da Estrada de Sintra — Cartas ao Diário de Notícias surgiu apresentado sob a forma de romance epistolar suportado por um «exercício de construção de uma ficção que habilmente disfarça essa sua condição», contribuindo essa subtileza para inquietar a tão tradicional sociedade cultural lisboeta, e dessa forma estimular a crítica de costumes tão ao gosto do século XIX.
A (re)descoberta da obra através desta edição é uma viagem guiada pela metamorfose editorial das edições de 1870 e de 1884-1885 rumo a um texto justificadamente fixado e histórico-editorialmente enquadrado.
Esta publicação, com edição de texto da responsabilidade de Ana Luísa Vilela, reconhecida especialista queirosiana, sob a coordenação de Carlos Reis, conta com uma primeira parte de Introdução, com a contextualização da obra, e o Texto Crítico, que lê com a emoção de saber que esta é, provavelmente, a versão mais próxima da intenção de Eça quando a escreveu.