Em 1914, na véspera da guerra por enquanto só europeia, e quando começava a ler‑se, em França, o princípio de À la recherche du temps perdu, de Proust, alguém, em Paris também, batizou de Charlot a personagem que vinha de Hollywood, em filmes de 600 m de imediata e geral popularidade que os exibidores, de salas fixas e ambulantes, se disputavam, pela Europa e suas colónias. E em Portugal também, desde logo, adotando‑lhe o nome francês que traduzira o «Charlie» americano — como Carlitos no Brasil e na América Latina.
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Na história do cinema, em sua dramaturgia, Charles «Charlot» Chaplin assumiu, logo em 1914, uma posição inédita — entre a linha realista e a linha fantástica desta nova arte que em França nascera e se dividira, antes da grande industrialização americana.
por José-Augusto França
Imprensa Nacional-Casa da Moeda
setembro de 2015
O Essencial sobre Charles Chaplin é o 125.º título da histórica coleção «Essencial», na escrita tão documental quanto literária que nos habituámos a reconhecer em José‑Augusto França.
São 120 páginas de reduzido formato mas de uma grande reflexão, historicamente contextualizada, sobre a vida e a obra do ator e realizador genial, da figura mítica, do «social-anarquista» que marcou indelevelmente a história do cinema.
RAS