A Longitude do Mundo. Viagens oceânicas, cosmografia matemática e a construção de uma Terra global é o terceiro título da série «A Viagem», da coleção «Olhares», coordenada por Luísa Braz de Oliveira.
O trabalho desenvolvido por Henrique Leitão e José Maria Moreno Madrid insere-se claramente nesta temática da Viagem, ao abordar o debate histórico, com evidentes implicações políticas, em torno da problemática científica e técnica de determinação da longitude geográfica. Um «problema da longitude» que, como refere Luísa Braz de Oliveira, foi criado pelas «viagens marítimas de Portugueses e Espanhóis», pelo consequente «Novo Mundo» e pelas «viagens de longa distância».
Desde logo, no Prefácio a este título que cruza viagem e conhecimento científico, Antonio Sánchez adverte:
O livro que o leitor tem nas mãos não é um livro qualquer, nem sequer é apenas mais um livro sobre a longitude, mas é o livro que põe fim a essa espera inquietante, até mesmo exasperante, para compreender as circunstâncias históricas que o tornaram num problema. (p.21)
Os autores abordam a temática da longitude entre o final do século XV, data da segunda viagem de Cristóvão Colombo, e meados do século XVI, data do aparecimento do Libro de las Longitudines (ca. 1554) de Alonso de Santa Cruz (1505-1567), que assinala uma nova fase de discussão em torno do assunto.
A Longitude do Mundo, suportado por um rigoroso aparelho crítico, incluindo notas, importantes fontes históricas e um apêndice documental, é um contributo fundamental para a história da ciência em Portugal. Uma história, ainda «cheia de problemas por resolver, de problemas enquistados cuja reconstrução histórica resiste à passagem do tempo.» (Prefácio, Antonio Sánchez, p. 21).
Uma história para a qual este volume contribui com uma reflexão problematizante e crítica.
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