
Michelangelo di Lodovico Buonarroti nasceu em Caprese, nas proximidades de Florença, Itália, no dia 6 de março de 1475. Era filho de Lodovico Buonarroti e de Francesca di Neri Buonarroti.
Aos 13 anos tornou-se aprendiz de Domenico Ghirlandaio e aos 15 anos passou a viver no palácio dos Medici, a familia mais rica de Itália e que, na época, governava Florença.
Juntamente com Leonardo da Vinci, Michelangelo di Lodovico Buonarroti foi um dos artistas mais brilhantes da Renascença, ganhando fama por toda a Itália como pintor e escultor, ao longo dos seus 88 anos de vida.
Pietá, O Juízo Final, Moisés, David e A Abóbada da Capela Sistina são algumas das obras que o eternizaram como artista e mestre da Renascença.
Além de pintor, escultor e arquitecto o florentino Michelangelo, ou simplesmente Miguel Ângelo, foi também poeta, já de inspiração humanista. Alguns dos seus poemas foram mesmo transpostos para a música, nomeadamente por Benjamin Britten (Sete Sonetos de Michelangelo) ou por Dmitri Chostakovitch (Suite sobre os versos de Michelangelo). Muito em breve vai poder lê-los em português!
Isto porque a nova coleção da Imprensa Nacional «Itálica», dedicada a grandes escritores italianos, e com António Mega Ferreira como diretor literário, vai inaugurar precisamente com as Rimas de Michelangelo Buonarroti, traduzidas por João Pedro Ferrão (vencedor do Prémio IN/Vasco Graça Moura — Tradução).
Deixamos aqui o soneto inaugural deste livro, escrito ca. 1503-06. De notar que o pessimismo sobre o tempo e a fortuna será constante ao longo de toda a obra de Michelangelo.
Muitos anos se passam felizes, numa
brevíssima hora se lamenta e sofre;
e ou por famosa ou antiga prole
outros se ilustram, e num momento se embrumam.
Nada móvel existe que sob o sol
não vença morte e mude a fortuna.