Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    s.c.
  • Tipo de documento
    Ofício
  • De:
    Administrador Geral
  • Para:
    Ministro do Reino
Transcrição

“(…) Ninguém melhor do que V. E. sabe que este importante Estabelecimento ficou entregue aos seus próprios recursos desde que se lhe acabaram os privilégios que tanto o favoreciam. A dívida do Ministério do Reino a esta Casa pelos impressos que tem aqui mandado fazer desde a Restauraçãoem 1883, deduzindo algumas importâncias dadas a título de auxilio e por conta de maior quantia excede a 14.000.000 rs. [conferir]
Quando a Imprensa Nacional teve a distinção de ser presidida por V.E., foi por mais de uma vez extraiordinariamente socorrida por intervenção do zelo eficaz que V. E., desenvolvia pela conservação e progresso de tão útil Estabelecimento. Em Janeiro de 1840 estando V. E. no Ministério do Reino dignou-se de atender à representação do meu irmão, meu antecessor, e mandou dar à Imprensa Nacional 2:000.000 réis [conferir] – como auxilio. Todos os Ex.mos Ministros que sucederam a V. E. mandaram dar auxilios de alguns contos de reis, sendo o ultimo no Ministério de 1848, que auxiliou esta Casa com 1:988.000 réis. Desde aquela época /1848/ estabeleceu-se uma prestação de 150.000 rs. E depois de 100.000 rs. mensais para pagamento dos impressos que se remetem para o Ministério do Reino, incluindo nos ditos impressos 992 exemplares da Legislação. Ora esta prestação mensal, presentemente de 100.000 não chega nem para pagar os impressos que se requesitam, cuja importancia orça por 2:000 rs anualmente como por vezes tenho alegado em diferentes representações, seguindo-se daqui um grande aumento de divida do Ministério do Reino a esta Casa, divida que, como acima disse, excede a rs. 14.000.000 !!
Lisonjeio-me de haver administrado a Imprensa Nacional pelo espaço de quase sete anos com a mais severa economia e fiscalização, sem contudo me esquecer de pagar muitas das suas dívidas; olhando com o maior cuidado, pelo aperfeiçoamento das suas oficinas; e lisonjeio-me ainda mais de ter merecido a V. E. agradáveis expressões neste sentido, quando em diferentes ocasiões tem feito a honra de visitar esta Casa, que V. E. tanto conhece, e que deve à superior inteligência inteligência o princípio da sua regerneração e melhoramento. Em presença pois do que deixo dito, em atenção aos motivos de utilidade publica que recomendam este Estabelecimento, e aos especiais que lhe prometem a protecção de V. E., peço a V. E. que se digne de ordenar que se dêem extraordinariamente 2:000 rs, à Imprensa Nacional por conta da grande dívida de que é credor, fazendo-se para este fim, como é costume, uma requisição especial ao Ministério da Fazenda.
Nas presentes circunstâncias, quando esta Casa deve cinco férias aos seus operários, quando os seus fornecedores se negam a fiar os materiais de que se carece, e por cuja falta estão muitos empregados sem ter que fazer, será o auxilio que lhe peço, e que espero de V. E., o meio de ocorrer a estes graves transtornos, evitando que se definhe e descontinue um estabelecimento tão útil, e que merece particular [?] porque não leva a mais pequena verba no Orçamento do Estado. (…) em 13 de Agosto de 1851.

Ill.mo e Ex.mo Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães

O Administrador Geral
F.” (nº12/2ºsemestre)