“(…) Tendo representado a V. E. em 16 de novembro último, que em presença das apuradas circunstâncias da Imprensa Nacional não era possível continuar a satisfazer às requisições do Ministério da Marinha, sem que este pagasse à mesma Imprensa metade da sua divida, ou que aumentasse a prestação mensal; dignou-se V. E. de ordenar esta segunda alternativa, e desde aquela época até ao principio do corrente mês recebeu a Imprensa Nacional semanalmente 60.000 rs; mas de então até hoje não tem recebido um real. Venho pois de novo representar a V. E. que não é possível satisfazer a requisição alguma do Ministério da Marinha; porque se as circunstâncias desta Casa eram difíceis em Novembro, hoje ainda estão mais agravadas, ao passo que a divida do Ministério da Marinha não tem diminuido, pois sobe a mais de 1:400.000 rs . Entretanto com grave transtorno deve sergui-se o serviço se não se fizerem as necessárias impressões para o Ministério da Marinha e a Imprensa Nacional as não pode fazer sem ter meios pecuniários que a habilitem ; lembro-me de rogar a V. E. que se sirva de requisitar ao Tesouro Público uma quantia equivalente a duas terças partes da dívida por que o Ministério a cargo de V. E. é responsável a este estabelecimento, para se lhe dar por conta, devendo ser indemnizado do resto, bem como da importância de novas requisições, por uma prestação semanal que V. E. julgar suficiente para este fim . Se V. E. aprovar esta minha proposta irei ter a honra de falar ao E.mo Ministro da Fazenda para solicitar o cumprimento da requisiçãop de V. E.ª, fazendo-lhe ver o misero estado desta Casa, e por experiência [?] que o Sr. Ministro da Fazenda atenderá favoravelmente.

(…) em 17 de março de 1847

Ill.mo e Ex.mo Sr. D. Manuel de Portugal e Castro.

O Administrador Geral

F. A. P. M.”

(documento 169)