Regresso de Luís Derouet.

  • Referência
    «Na Imprensa Nacional — à saída dos revolucionários que guardavam o edifício, aclama-se a República e o povo», O Mundo, n.º 5331, de 16 de maio de 1915, p. 2.
Assunto

Regresso de Luís Derouet ao cargo de Director-Geral da Imprensa Nacional.

Ficha

«O nosso camarada Luís Derouet era esperado ontem ali por muitos empregados daquele estabelecimento, que não tinham tido conhecimento da sua posse na véspera. Uma vez no seu gabinete, de onde esteve afastado 48 dias, Luís Derouet, cercado de uma parte do pessoal, acentuou o grande prazer que experimentava em saber que a sua obra fora continuada nesse interregno. Em espírito ele tinha continuado a ser o diretor da Imprensa e felizmente encontrara, não importando saber como, quem não se afastasse da orientação com que norteara o seu programa administrativo. Esse programa não carece de modificações, quer na organização dos serviços, quer nas garantias de bem estar do pessoal. É o mesmo de 23 de março, data em que a ditadura, brutal e estúpida, o esbulhou das suas funções de diretor geral da Imprensa. Não destrinçará entre os que usaram da maior lealdade, durante o seu afastamento, e os que se manifestaram, pelo menos, com ingratidão. Os seus propósitos não são de revindicta. A todos saúda e agradece a forma carinhosa como o receberam. […]
Às 18 horas e meia, quando os revolucionários civis, sob o comando do velho revolucionário o primeiro sargento Moreira, que haviam efetuado a guarda do edifício com uma louvável dedicação, se dispunham a pôr-se em marcha para o Arsenal de Marinha, a fim de procederem à entrega do armamento, foram de uma das janelas, saudados em nome de Luís Derouet, pelo nosso camarada Gregório Fernandes […]. O ilustre presidente da câmara municipal Sr. Dr. Levy Marques da Costa, que se encontrava na Imprensa Nacional e assomara também à janela, recebeu uma calorosa manifestação do povo e dos valentes revolucionários […].»