“(…) No grande apuro de meios em que se acha actualmente esta Administração, não me resta outro recurso, senão a generosa eficácia com que V. Ex.ª se tem dignado protegê-la. No espaço de um ano apenas, além das consideráveis despesas do seu custeamento, tem esta casa extraordinariamente dispendido mais de dez contos de reis, tendo ainda a satisfazer algumas dividas de pouca importancia, é verdade, mas de urgente pagamento; e como seria possível que só pelos seus próprios meios em tão pouco tempo ela pudesse pagar tão avultadas somas? Quando o Governo de S. Magestade se dignou autorizar-me para contrair empréstimos, e fazer a despesa necessárias para o aperfeiçoamento e completo arranjo da Imprensa Nacional; não pode deixar de supor-se que o mesmo Governo tomava implicitamente sobre si o encargo de adiantar-lhe os recursos extraordinários que fossem precisos, para se conseguir tão importante resultado. Assim o tem decerto entendido V. Ex.ª, pois que por vezes se tem dignado fazer-lhe consideráveis adiantamentos. Infelizmente ainda as circunstâncias exigem a continuação de tais sacrificios; rogo portanto a V. Ex.ª se digne mandar-me dar por conta das despesas do Tesouro no corrente mês um conto de réis, pois que necessito urgentemente fazer alguns pagamentos, sem os quais será forçoso suspender trabalhos indispensáveis em diferentes ramos de serviço publico – Tenho em vão solicitado de diversas Repartições do Estado que paguem a esta Administração consideráveis dividas em que se acham para com ela. (…) Lisboa etc. 26 de Julho de 1844 .= Ill.mo e Ex.mo Snr. Barão do Tojal .= O Administrador Geral – J. F. Pereira Marecos” (pp. 66-68)