Resposta da Imprensa Nacional a críticas.

  • Referência
    «Imprensa Nacional», O Mundo, n.º 4367, de 3 de novembro de 1912, p. 2.
Assunto

O Mundo publica uma resposta da Imprensa Nacional perante as críticas ao atraso de alguns trabalhos.

Ficha

«Há dois dias que insistentemente e com caráter tendencioso se anda beliscando neste estabelecimento do Estado a propósito de trabalhos ali pendentes. Anteontem, a propósito do almanaque do exército, insinuava-se que a Imprensa Nacional ainda não havia dado à publicidade essa obra por… falta de tipo. Ontem acerca de uma Ordem de Armada com as novas bandeiras da China também vinha a lume a insidiazinha de que a Imprensa estava demorando a sua saída sem razões de ordem que justificassem tal demora. Ora o que é certo e convém acentuá-lo — enquanto não se descobre o malévolo autor dessa campanha de descrédito contra a Imprensa Nacional — é que nem o almanaque do Exército deixou de sair por falta de tipo, nem a Ordem da Armada tem a publicação desse número especial retida propositadamente. O almanaque está em grande parte impresso e o que falta imprimir encontra-se em provas, à revisão, no ministério da guerra. E se alguma demora tem havido na sua saída ela é devida, exclusivamente a outros trabalhos, como a Conta da Gerência e a Conta Geral do Estado, que, por ordem superior, preteriram todos os que se estavam ali executando. Quanto à Ordem da Armada é necessário ser-se absolutamente leigo em assuntos gráficos para produzir tais afirmações. Essa Ordem da Armada contém os desenhos, a cores, das bandeiras, sinais, flâmulas, galhardetes, tudo enfim quanto respeita à nova organização que a mudança de instituições produziu na China, e só litograficamente se pode fazer. Compreende bem, quem o queira compreender sem má fé, que esse trabalho é sujeito a demora, provinda do número de tiragens, da respetiva secagem, etc., e dele se exige a perfeição compatível à sua natureza. Como podia, pois, a Imprensa Nacional andar tão célere com essa ordem, como as que são apenas tipografas e se executam de um dia para o outro? Enfim!…»