Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    Correspondência Expedida - Ministérios. 1875-1880 - cx. 5
  • Tipo de documento
    Ofício
  • De:
    Administrador-Geral da Imprensa Nacional, Venâncio Deslandes
  • Para:
    Secretário Geral do Ministério do Reino, Luís António Nogueira
Transcrição

«Em resposta ao ofício de V. Ex.ª, datado de 2 do corrente, no qual se me determina que eu empregue todos os meios ao meu alcance para conhecer se foram vendidos no estabelecimento hoje a meu cargo, e a quem, os tipos, vinhetas e emblema que se supõe terem servido para a impressão dos dois passaportes, que acompanhavam o referido ofício, os quais são falsos como o declaram os peritos, que os examinaram, segundo consta do auto lavrado na Casa da Moeda, igualmente apensos ao mesmo ofício, cumpre-me declarar a V. Ex.ª, que, depois de um minucioso exame a que fiz proceder por artistas da maior competência, se reconheceu, que efetivamente os passaportes, objeto da questão, podem ser falsos, e creio que o sejam, mas não foram impressos com tipo igual ao que a Imprensa Nacional vende à Casa da Moeda, e tem vendido a muitas tipografias de Portugal e do Império do Brasil, porque é bastante comum e frequentíssimo uso. A reprodução foi, sem dúvida alguma, preparada sobre um exemplar genuíno, em papel autógrafo, ou de cromo; fez-se depois um decalque em pedra, verificando-se, afinal, a tiragem litograficamente. Devo observar ainda, que a imitação podia ser muito mais feliz e perfeita, como é fácil deduzir comparando-a com a prova, que tenho a honra de enviar a V. Ex.ª, dos caracteres, vinhetas e emblema, que se pretenderam, com mais audácia que habilidade, contrafazer para fins criminosos. Chamo a atenção de V. Ex.ª, principalmente, para o globo da cruz de que é encimada a coroa das armas reais, por as palavras – Governo Civil – 2.ª Repartição – Concedo passaporte a… para sair deste reino – e assinatura do portador. A vinheta também oferece desigualdades muito sensíveis. […]»