«Tendo sido demitido, ‘por conveniência do serviço público’, do cargo de Diretor-Geral da Imprensa Nacional de Lisboa, por decreto de 20 do corrente, publicado no Diário do Governo de hoje, cumpre-me por este meio apresentar ao pessoal as minhas despedidas, agradecendo a todos, que contribuíram para que o meu trabalho a dentro [sic] do Estabelecimento resultasse sempre fácil, a sua provadíssima e leal cooperação. Julgo inútil, neste momento, consignar o júbilo que experimentei em dirigir a Imprensa na primeira fase do seu rejuvenescimento depois da República proclamada em 5 de outubro de 1910 e folgo em acentuar, sem desprimor para ninguém, que principalmente nos tem nesta casa a direção da secretaria, das oficinas e dos armazéns jamais será lícito a quem quer que seja descobrir mais boa vontade e dedicação. A Imprensa, que deixo em 1915, está longe de se assemelhar com a Imprensa caótica e anárquica que encontrei em 1910. Mas para esta prodigiosa transformação, que os mais hábeis detratores serão incapazes de ofuscar, o esforço individual do direto pouco ou nada contribuiu. A Imprensa de hoje é sobretudo obra do pessoal da Imprensa – obra a que eu, embora me afaste, deixarei algum dia de querer.»