Inauguração da cooperativa A Pensionista.

  • Referência
    «Um grande exemplo – A Cooperativa Pensionista do pessoal da Imprensa Nacional inaugura-se na próxima segunda-feira. A maior obra que ultimamente operários portugueses têm organizado», O Mundo, n.º 5758, de 21 de julho de 1916, p. 1.
Assunto

Criação da cooperativa de crédito e consumo, A Pensionista, na Imprensa Nacional.

Ficha

«Estamos em presença de um caso absolutamente novo. O Mundo, jornal de tradições arraigadamente democráticas, na significação mais nobre e ampla do termo, honra-se sobremaneira em ter ocasião de apresentar aos seus leitores o desenvolvimento, embora restrito, desta manifestação nítida e consoladora de energia e inteligente orientação operária numa casa do Estado. […] Podemos hoje tratar desenvolvidamente o assunto e anunciar que a Cooperativa do Pessoal da Imprensa Nacional — que conseguiu criar uma disposição de jurismo nova no nosso país […] vai enfim ser solenemente inaugurada.
Os artistas da Imprensa Nacional passam há muito por ser os mais educados do nosso meio operário. Sendo porventura discutível esta afirmação, não fica dúvida contudo que neste estabelecimento existe, selecionada, a melhor camada das últimas gerações da classe trabalhadora. Não admira pois que deste pessoal saísse, pelo confronto das leis inglesas e belgas, a ideia de criar, montar uma caixa de pensões à família dos artistas e funcionários da Imprensa, sem contribuição especial propriamente dita. […]
?…?
Ao leitor do Mundo não escapa já a importância da lei que o Parlamento votou sobre cooperativismo novo, e cujo primeiro exemplo, de puríssimo tipo, a Imprensa Nacional de Lisboa inaugura na próxima segunda-feira. Com o lucro anual das operações comerciais da Cooperativa A Pensionista, o pessoal da Imprensa Nacional mantém um fundo de pensões feito sobre uma base científica e exata, e desta maneira simples, prática, gradual e metódica se pode acautelar o futuro da família dos sócios da Cooperativa. […]
Abre no dia 24 a cooperativa […].
A iniciativa partiu da comissão de melhoramentos do pessoal da Imprensa nacional e foi apresentada pelo artista gráfico Norberto de Araújo, em nome da comissão executiva. Aceite em princípio a ideia, àquele corpo, composto dos Srs. Manuel Petronila, António Maria Nunes Horta, Eduardo Correia, Eduardo dos Santos e Norberto de Araújo, se juntaram os nomes dos Srs. Artur Pereira Mendes, Teodoro Ribeiro e Joaquim de Araújo Pereira, que levaram a efeito todos os trabalhos que acima citámos. […]»