Ficha
«É uma situação vaga, estagnada e incerta esta do pessoal da primeira Imprensa do Estado. A crítica condição financeira do país, a sua agitação quase constante de pérfidas e contrárias políticas, refletem-se na vida administrativa do estabelecimento, destroem as melhores esperanças, inutilizam esforços, e sobretudo afastam para longe direitos de melhorias para cuja garantia até a promessa bafejadora é difícil, impossível de conseguir.
A vida encareceu, todo o conjunto de circunstâncias que estabelecem a situação do operário estão cada vez mais de pior aspeto, e a mediania, o medíocre desafogo do bolso ou do lar continua a ser o mesmo sonho dourado da nossa noite de trabalhadores, que a intrigalhada [sic] reles corta às vezes de pesadelos estúpidos.
Há na Imprensa que se julgue com a situação compensando o seu valimento? Tristíssima minoria que é quase uma afronta invocar.
Sempre na Imprensa Nacional a situação da nação deixou a sua influência perniciosa e o seu traço de desânimo. Assim, aproveitando a lei que da história vem, se justificam agora as paragens, estacionamentos ou mesmo os recuos de iniciativas.
Tem havido boa vontade da parte das Direções Gerais? Assim o queremos supor, nós, que escrevemos. Tem falhado, porém, a necessária, a indispensável pertinácia ou persistência da parte do pessoal, em reclamar a atenção do Estado para a sua situação, e sacudir o abandono a que são votados os direitos da sua produção, o esforço do seu braço, e a luta do seu cérebro.
A Associação, como conjunto de todas as energias e de todas as vontades, tem o dever indeclinável de velar pelo que se tem projetado.
À Associação compete ir lembrando ao poder superior, muitas vezes esquecido e alheado da justiça, que a situação do pessoal da Imprensa não é o que devia ser, e que é tempo, de atender as reclamações sucessivas de há dezenas de anos esboçadas pelas classes que aqui dentro representam todo o bom nome e todo o valimento da Imprensa Nacional.»