«Ill.mo e Ex.mo Snr.
Em 6 de Novembro último recebi um oficio do Ministério da Marinha e Ultramar, hoje a cargo de V. S., para fazer o orçamento do que poderia custar os utensilios necessários para se imprimir em Angola um Boletim oficial. Fiz pois o orçamento dando parte da sua importância, em oficio que dirigi ao antecessor de V. S., em 22 do sobredito mês de novembro. Por Portaria de 3 de Dezembro passado se me ordenou, que em conformidade do orçamento que eu fizera, mandasse aprontar os objetos de que ele tratava, para serem transportados a Angola. Acha-se pois pronto e encaixotado um prelo de ferro, com a sua competente [?], rolos, e demais utensilios, bem como uma porção de tipo, e outros objetos tipográficos, indispensáveis para fazer a composição e impressão do Boletim Oficial de Luanda.
Estão prontos a embarcar dois compositores desta Casa, que foram requisitados para acompanharem a imprensa. Mas como eu espero ordem do Ministério da Marinha para fazer conduzir para o Arsenal estes objetos e [?] ordem não pode ser hoje dada por V. S., por isso tenho a honra de me dirigir a V. S. para que se digne de me dizer se aprova que se realize a determinação do antecessor de V. S. a este respeito e na afirmativa, se quer que os caixotes, que conduzem a imprensa, sejam remetidos ao almoxarife do Arsenal da Marinha, como é costume. Por esta ocasião devo declarar a V. S. que o seu antecessor tinha combinado comigo verbalmente, mas com conhecimento do chefe da repartição respetiva, o oficial da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar Simão José da Liz, que a importância dos referidos objetos tipográficos, orçados em 600.000 pouco mais ou menos, seria pagar à Imprensa Nacional em quatro prestações mensais; porém haver representado que não era possível no apuro de circunstâncias deste Estabelecimento juntar esta importância à soma que o Ministério da Marinha deve à Imprensa Nacional, q eu por antiga determinação vai sendo amortizada com a quantia de 30.000 réis semanais. Rogo pois a V. S, que tenha a bondade de me dar as suas ordens sobre o que deixo dito. (…) 3 de junho de 1846.»
Ill.mo e Ex.mo Sr. José Jorge Loureiro.
Min. e Secr. de Estado do M. da Marinha e Ultramar.
O Administrador Geral