O volume 08 de 250 Anos da Imprensa Nacional. Uma Breve História intitula-se Empresa Pública e Fusão e vem dar conta de um novo ciclo institucional da Imprensa Nacional, iniciado no final dos anos 1960. Em 1969, por ocasião do segundo centenário, a Imprensa Nacional foi transformada em empresa pública, conquistando a autonomia necessária para se adaptar às principais transformações da indústria gráfica. A nova empresa acompanhava agora a indústria privada e reforçava a sua missão na área do ensino. No plano editorial, abriu caminho à afirmação como editora pública, começando a marcar presença na Feira do Livro a partir de 1972 e alargando a rede de vendas com a abertura das primeiras livrarias do Estado. Em 1972 ocorreu uma outra mudança: a fusão da Imprensa Nacional com a Casa da Moeda, dando lugar à atual Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Como nova empresa pública, a Imprensa Nacional passou também a ser constituída por um conselho de administração, composto por três administradores, entre os quais o presidente, e um conselho fiscal, nomeados pelo ministro do Interior. Uma outra novidade introduzida por este modelo prendeu-se com a organização dos serviços sociais que viriam integrar as históricas Caixa de Socorros, Previdência Mútua e Caixa de Auxílio a Viúvas e Órfãos. Estes serviços destinados à formação cultural, previdência, assistência, habitação e recreio, entre outras atividades, davam corpo a um novo tipo de enquadramento social dos profissionais, procurando melhorar as suas condições económico-sociais. À remodelação dos serviços sociais, associou-se, ainda, a revisão salarial, alargando o pagamento de salários ao ano completo — ou seja, mais 52 dias por ano, incluindo domingos, em relação ao que até então se praticava —, introduzindo prémios de produção e assiduidade e alargando ao pessoal a participação nos lucros de cada exercício. Entre os objetivos mais urgentes, destacavam-se portanto: o aumento e melhoria da mão-de-obra, que passava pelo recrutamento e pela formação interna; o alargamento da mecanização, para o qual foram realizadas novas missões de estudo; e a reorganização do trabalho, implicando o alargamento de instalações. Logo em 1970, atendendo justamente às necessidades de instalação dos Serviços Administrativos e Comerciais, a Imprensa Nacional arrendou um edifício na Rua de D. Francisco Manuel de Melo, onde mais tarde foi aberta uma nova livraria. A assinalar a afirmação histórica do papel da Imprensa, foi também criado o prémio Luís Derouet, atribuído nesse ano a José das Neves.
in 250 Anos da Imprensa Nacional. Uma Breve História
250 Anos da Imprensa Nacional. Uma Breve História, em formato exclusivamente digital, é constituída por 10 pequenos volumes, e é uma breve síntese adaptada a partir da obra Indústria, Arte e Letras. 250 anos da Imprensa Nacional, da autoria de Maria Inês Queiroz, Inês José e Diogo Ferreira, publicada pela Imprensa Nacional em 2019, com design da FBA.
Boas leituras!