Para continuar a promover a História e a Arqueologia, neste momento crítico para o país e para o mundo, a Imprensa Nacional e o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) têm vindo a disponibilizar gratuitamente vários catálogos das exposições que estiveram patentes neste museu.
São catálogos de grande qualidade académica e científica e de inegável interesse cultural e histórico.
Depois de ter ficado disponível O Tempo Resgatado ao Mar, Roteiro (em versão bilingue), hoje vai poder ler o catálogo raisonné desta exposição que apresentou um espólio diversificado, com mais de 300 peças, oriundas de ambientes marítimos, fluviais ou húmidos de todo o território nacional, algumas delas nunca antes mostradas ao público e que cobrem simultaneamente um espetro cronológico, desde a época pré-romana ao século XX.
O mar, recurso sempre presente na nossa história coletiva, foi novamente escolhido neste início de século para desígnio nacional, determinação acompanhada de um amplo debate público sobre a necessidade de criar uma estratégia nacional que se consubstancia, por exemplo, no propósito do reconhecimento internacional da extensão da plataforma continental portuguesa.
Neste contexto, a opção por uma exposição cuja maior parte do espólio é proveniente do fundo do mar – um ambiente misterioso e inacessível para a grande maioria de nós, mas onde existem abundantes vestígios de histórias de outros tempos e de muitas gentes quase sempre associados a uma dimensão trágico-marítima –, é certamente um bom contributo da arqueologia para aquele mesmo debate e, simultaneamente, uma forma de sensibilizar a sociedade para uma parte importante do seu património, que merece ser conhecido e salvaguardado.
Na exposição O tempo resgatado ao mar damos a conhecer os principais resultados da atividade arqueológica náutica e subaquática realizada em Portugal nos últimos cerca de trinta anos.
António Carvalho
Diretor do Museu Nacional de Arqueologia