Na última «Edição Nacional» as palavras foram para Camilo. Mas terminaram dando conta do que nesta se ia dar conta: do verbo «colaborar».
Eu gosto muito de «colaborar». Agora, confesso. Dantes, os trabalhos de grupo maçavam‑me. Embora saiba bem porquê: é difícil colaborar com quem está mais interessado no futebol ou nas meninas do que nas aulas. Lamento muito confirmar: eu era o interessado nas aulas. Felizmente, cresci. E se agora ainda gosto de colaborar, passei a ter muito mais interesse pelo jogo e pelo sexo oposto.
O que a Imprensa Nacional tem feito deixa-me, como português, orgulhoso. Até parece, quando escrevo estas palavras, que sou de elogio fácil. E sou. Mas só porque verdadeiro. Sou muito contra aqueles que criticam como desporto, que se detêm quando vão a dizer bem de algo porque «fica mal». Fica melhor dizer mal, bem sei. Mas e se nos deixarmos guiar pela verdade, não será melhor? Pela nossa, pelo menos.
E neste caso, alguém que me diga que a ideia não é boa. Em vez de termos editoras comerciais a fazerem preços absurdos aos museus nacionais (os preços podem ser absurdos, a necessidade e a liberdade de os fazer são inatacáveis) para editarem os catálogos e afins, temos a editora do Estado a trabalhar com eles, em parceria (gosto desta palavra, mesmo parecendo tirada do Compromisso Portugal), para nos trazer os melhores livros. Poderá «perder» dinheiro? Certamente. O museu paga menos? Certamente. Mas não é para isso que há uma Imprensa Nacional? Para complementar e servir o público com o que as outras não podem?
Colaborar é bom e eu gosto.
Título: Da Fotografia ao Azulejo
Autor: José Luis Mingote Calderón
192 páginas, com design de A. Cruz Design Studio, impressas nas oficinas da Imprensa Nacional em 2016, para uma edição em parceria com o Museu Nacional de Soares dos Reis.