David Bene é o vencedor, por unanimidade do júri, do Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura 2021, pelo seu trabalho O Vazio de Um Céu sem Hinos.
O galardão, instituído em 2015 pela Imprensa Nacional, tem uma periodicidade anual e distingue, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de atuação onde Vasco Graça Moura mais se destacou: Poesia, Ensaio e Tradução. A edição deste ano (7.ª edição) foi dedicada à Poesia.
O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura contou com Pedro Mexia, escritor e crítico, como presidente do júri, do qual fizeram igualmente parte o poeta e editor Jorge Reis-Sá e a professora universitária Joana Matos Frias.
Na fundamentação da escolha do trabalho vencedor deste ano, o júri declarou o seguinte: «Partindo do diagnóstico de Wallace Stevens segundo o qual a poesia tomou o lugar do sagrado, O Vazio de Um Céu sem Hinos, de David Bene, uma sequência de poemas intertextuais, meditativos, surpreendentes, procura uma linguagem carregada de sentido, umas vezes impessoal, outras sarcástica, entre a memória desvanecida do sublime e a violência concreta da circunstância e da História.»
O trabalho de David Bene foi selecionado por entre quase uma centena de candidaturas (90 no total).
Além dos 5 mil euros do valor pecuniário do prémio David Bene deverá ver, já no próximo ano, a publicação do seu trabalho pela editora pública portuguesa.
David Bene nasceu em 1993, na Cidade de Manica (Moçambique). Poeta e prosador, escreve para diversos jornais e revistas literárias em Moçambique, Brasil, Portugal, Galiza e Japão. É licenciado em Geologia pela Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), Mestre em Geologia Económica pela Akita University (Japão) e doutorando em Engenharia de Recursos Minerais na Kyushu University (Japão). Bene é cofundador da OITENTANOVENTA, uma iniciativa que coloca as novas vozes literárias (escritores, poetas e críticos literários) diante dos seus autores preferidos, para conversar sobre a escrita, os livros e a vida. Câncer (no prelo) é a sua obra de estreia. Reside atualmente no Japão.
De recordar, por fim, que o Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura já distinguiu, na Poesia, José Gardeazabal (vencedor 2015), Alexandre Sarrazola (menção honrosa 2015) e José Luiz Tavares (vencedor 2018); no Ensaio, Frederico Pedreira (vencedor 2016), Joaquim Arena (menção honrosa 2016) e João Paulo Sousa (vencedor 2019); e na tradução João Pedro Ferrão (vencedor 2017), Ana Filipa Santos (menção honrosa 2017), Teresa Aica Bairos (vencedora 2020) e Miguel Mochila (menção honrosa 2020).