
Loulé. Territórios, Memórias, Identidades é o catálogo da exposição temporária com o mesmo nome, que vai estar na Galeria Poente do Museu Nacional de Arqueologia até 30 de dezembro de 2018.
A partir dos vestígios arqueológicos e das fontes documentais disponíveis, que constituem as memórias e a identidade daquela área, Loulé. Territórios, Memórias, Identidades – a exposição e o catálogo – conta a história das comunidades que a habitaram entre a Pré-História e a Idade Média.

Aqui, tudo fala de um tempo antes da História, em que a África estava unida à Europa, e ao mesmo tempo tudo esconde. Depois, muito mais tarde, quando as ervas deram flores, e já existiam homens para colhê-las, levas sucessivas de povos do mundo pré-histórico aqui vieram fixar-se, porque ali havia terra boa, sol brilhante e mar tranquilo, e era após era, foram deixando o rasto das suas mãos fabricadoras no solo generoso que habitaram. Hoje, passados milhares de anos, o movimento é semelhante. As Terras de Loulé continuam a ser um lugar pacífico, um lugar mãe, um lugar de receber todo aquele que vier por bem. Que outras palavras usar? São sempre banais as palavras de quem ama.
Lídia Jorge
in Loulé. Territórios, Memórias, Identidades
Coordenação geral de António Carvalho,
Dália Paulo e Rui Roberto de Almeida
uma edição conjunta da Imprensa Nacional
e do Museu Nacional de Arqueologia,
com o apoio da C. M. de Loulé
A exposição reúne mais de meio milhar de bens culturais provenientes de várias coleções públicas, e resulta de um trabalho de 15 meses de preparação, e da colaboração de cerca de 50 técnicos das mais variadas áreas de especialidade.

A história da arqueologia de Loulé é indissociável do Museu Nacional de Arqueologia (MNA). Uma das suas coleções mais antigas foi reunida pelo arqueólogo e escritor Estácio da Veiga (1828-1891), com vista a constituir o Museu Arqueológico do Algarve. Em 1894, esta coleção acabou por ser incorporada no então Museu Etnográfico Português, que viria a ser o MNA. Outro louletano notável, o etnógrafo Manuel Viegas Guerreiro, foi um colaborador muito próximo de José Leite de Vasconcelos, fundador do MNA, tendo sido convidado para dirigir o Museu entre 1974 e 1975.