Passados dois anos e com a técnica já aprimorada, Jeremy May passou a aceitar encomendas: os seus clientes dizem-lhe qual é o título que gostariam de ver transformado, e o designer vai procurar uma edição viável em feiras e alfarrabistas. Por «viável» entenda-se suficientemente volumosa para servir de guarda-joias, e preferencialmente antiga mas ainda em bom estado. Os sinais de uso são aproveitados para acrescentar mais uma camada de história à obra publicada pelo próprio autor.
Nunca repetindo designs anteriores, Jeremy May inspira-se no livro sugerido para fazer cada peça pela própria mão. Começa por escolher as folhas e escavar minuciosamente o miolo do livro, com a ajuda de um bisturi, de forma a deixar em negativo o espaço que irá albergar a peça quando finalizada.
Complementando o papel recortado com papel colorido, cada folha é colada individualmente para tornar a peça estável. Ao fim de uma semana a cola está seca e suficientemente dura para permitir ao artista aperfeiçoar a força e refinar os contornos. Após várias camadas de verniz, a peça adquire um aspeto que dá um acabamento brilhante e liso.
Sob a marca Littlefly, que criou especificamente para este conceito, Jeremy demora cerca de 8 semanas a executar cada peça, produzindo em média 100 peças por ano.
Muitas das suas joias encontram-se expostas em galerias do Reino Unido, Alemanha, Rússia e Japão.