Encontra-se disponível online o n.º 2 da Revista Património, edição Imprensa Nacional em parceria com a DGPC. De recordar que os seis primeiros números da revista irão sendo disponibilizados quinzenalmente, às sextas-feiras, nos sites de ambas as instituições.
A RP2, publicada em 2014, procura a atualidade do pensamento e a diversidade de perspetivas sobre o património cultural, colocando-o em debate.
Do editorial deste número destaca-se:
O caderno principal é dedicado à gestão do património, entendida num sentido lato, tratando diferentes âmbitos; longe de reunir consensos, é tema que suscita grande diversidade de questões, ampliadas pela vertiginosa velocidade das mudanças de paradigmas que hoje vivemos. Iniciando com uma reflexão sobre o sentido do património num tempo de incertezas, — «Patrimónios desamparados» —, o «Caderno» apresenta contribuições de responsáveis de entidades espanholas congéneres da DGPC, convidados a problematizar modelos de gestão do património a uma escala territorial alargada — o território como suporte patrimonial (caso da Comunidade Autónoma de Castela e Leão) e a uma escala da paisagem histórica urbana (caso de Sevilha). Também no «Caderno» é explorado o tema da memória espelhada no espaço público das cidades — tratando a noção de memória e a permanência dos elementos urbanos na sua relação com a identidade urbana. A dimensão estruturante da cultura e a cultura do pensamento estratégico na gestão e no planeamento são equacionadas em «O bom e o mau governo», tendo por base as alegorias de Ambrogio Lorenzetti. A gestão do património urbano, e a sua relação com a economia da cidade e com a própria subversão da natureza da reabilitação urbana são tratadas em «Reabilitação ou fraude». Colocando em confronto, num mesmo artigo, dois casos de estudo — o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, e o Museo Nacional del Prado, em Madrid —, são apontadas estratégias para o futuro, ancoradas nos percursos históricos de cada um dos museus mas também numa prática recente da sua gestão.
O caderno da RP2 reúne contribuições de responsáveis de entidades espanholas congéneres da DGPC e de responsáveis e investigadores de museus e centros de investigação portugueses convidados a refletir sobre modelos de gestão do património. Destacamos o artigo a duas mãos sobre os dois principais museus de Portugal e de Espanha, «O Museu Nacional de Arte Antiga e o Museu Nacional do Prado: «Dois Casos de Estudo entre Modelos de Gestão», assinado pelos diretores de ambos.
A revista completa-se com as rubricas permanentes — Pensamento, Projetos, Opinião, Sociedade e Acontece. A primeira abre com o texto «Património e Intimidade», que propõe uma visão do património imbuída de valores intimistas, como alternativa à crescente dimensão consumista; a sustentabilidade do património «numa tripla perspetiva – económica, cultural e ecológica – e uma revisitação da história recente das políticas culturais e patrimoniais em Portugal através de seis equipamentos culturais da nossa contemporaneidade» fecha esta rubrica. A rubrica «Projetos» apresenta, entre outras temáticas, aspetos metodológicos de duas intervenções em monumentos inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO geridos pela DGPC — o Convento de Cristo e o Mosteiro dos Jerónimos.
Nas outras rubricas são ainda abordadas as formas de intervenção no património urbano na atual época de globalização; a necessidade de trocas e projetos comuns no âmbito do património cultural; pistas para intervir no universo digital; o recurso a meios de comunicação de massas como possibilidade para a difusão do património cultural; e a diversidade de sentidos atualmente conferidos ao conceito de património imaterial.
O presente número teve direção de Manuel Lacerda, coordenação editorial de Deolinda Folgado e desgin gráfico de Jorge Silva/Silvadesigners.
Boas leituras.