«Rosa nasceu no seio de uma família modesta e sem instrução. (…) Em 1888 ainda não havia eletricidade nas casas, ninguém tinha frigorífico ou máquina de lavar roupa, e muito menos televisão, telemóvel ou computador.
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O seu pai, Luís Lopes, era sapateiro, e a sua mãe, Emília Barbosa, tecedeira. Na região, graças às terras ricas em água e barro, a olaria era uma pequena indústria que ocupava inúmeros artesãos nas suas oficinas caseiras.
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Rosa não descendia de oleiros e foi por puro acaso que se iniciou nessa arte. Quando tinha 7 anos, costumava passar muito tempo em casa de uma vizinha, viúva e sem filhos, que fazia peças em barro para ganhar a vida. Um dia, essa senhora desafiou-a a moldar algumas tiras, que depois usaria para fazer cestas decorativas. A menina não só as fez com perfeição como, ao fim de duas semanas, segundo a própria, já fazia cestas tão boas como as da mestra. O tempo foi passando e Rosa terá continuado a trabalhar no barro, mas dedicou-se também às outras coisas que se esperava das raparigas, como ajudar os pais em tudo o que fosse necessário, dentro e fora de casa. Chegada à maioridade, Rosa casou com António Mota. Fez-se uma festa na pequena aldeia, com bacalhau cozido e bolo feito com farinha oferecida pelo noivo. O jovem era moleiro e a noite de núpcias, recordaria Rosa mais tarde, foi passada no chão do moinho.
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Com o nascimento dos filhos, Rosa passou a ter menos disponibilidade para moldar o barro de que tanto gostava.
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Os filhos, porém, enchiam-lhe os dias, com a família sempre a crescer: Rosa deu à luz sete crianças, das quais só quatro sobreviveram.
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Já com os filhos e os netos criados e os primeiros bisnetos de roda das suas saias, em junho de 1956 o marido de Rosa faleceu, após quase cinco décadas de casamento. Além do grande desgosto para todos, esse acontecimento implicou também uma perda de rendimento.
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Numa família em que todos contribuíam, menos um elemento a participar significava que os restantes tinham de fazer um maior esforço. Que poderia Rosa fazer?»
Isso é o que podes descobrir neste livro escrito por Rita Canas Mendes e ilustrado por Sebastião Peixoto e que já está à venda nas livrarias.
Em Rosa Ramalho. Fui Eu, Quem é que havia de ser? vais ficar a conhecer a história fascinante de Rosa Ramalho, a menina que nasceu no seio de uma família muito humilde da zona de Barcelos, fez do barro a sua arte e, um dia, foi distinguida pelo Presidente da República. Vais descobrir também que, quase 50 anos após o seu desaparecimento, a arte de Rosa Ramalho continua a alimentar o imaginário artístico nacional e, muito graças a ela, Barcelos tornou-se na primeira cidade em Portugal e na Península Ibérica a integrar a rede mundial de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria do Artesanato e Arte Popular.
«Grandes Vidas Portuguesas — Portugal de ontem, de hoje e de sempre, através das vidas de quem o fez grande.»
Uma edição Imprensa Nacional em parceria com a Pato Lógico.