Quantas rebeliões são necessárias para uma revolta? Quantas revoltas fazem uma revolução? E quantas revoluções transformaram a História? Com organização de Fátima Sá e Melo Ferreira, Isabel do Carmo e Miriam Halpern Pereira, Rebeliões, Revoltas e Revoluções é o mais recente título da coleção «Olhares», uma coleção da Imprensa Nacional inteiramente dedicada ao género ensaio, e que vem analisar estas e outras questões, numa perspetiva de história comparada e crítica. Da Revolução Americana à Revolução Francesa, passando pelas revoluções liberais do século xıx, em particular as da Península Ibérica, até às revoluções em nome do socialismo do século xx da Rússia e da China.
O título Rebeliões, Revoltas e Revoluções pode levantar alguns problemas de semântica histórica, como é explicado em «Palavras prévias: as histórias de vida das palavras e as revoluções nas voltas da história», texto assinado por Fátima Sá e Melo Ferreira, na abertura desta obra.
Na verdade, se os termos «revolta» e «rebelião» mantêm um significado relativamente estável desde o século xvııı até à atualidade, o termo «revolução» sofreu na passagem do século xvııı para o xıx uma profunda mutação.
Segundo o historiador alemão Reinhart Koselleck, um dos fundadores da História dos conceitos, é com a Revolução Francesa que se inicia a viragem do termo «revolução» do significado antigo de translação dos astros para o seu significado moderno de rutura sem retorno na História.
Revoluções, rebeliões e movimentos sociais de revolta são os grandes eixos deste livro. Esses conceitos e processos têm estado no centro das grandes transformações da época contemporânea. Aqui se evocam vários movimentos dessa natureza, da Revolução Americana à Revolução Francesa e às revoluções liberais do século xıx, em particular as da Península Ibérica, às revoluções em nome do socialismo do século xx da Rússia e da China, numa perspetiva de história comparada e crítica. Projetos de um futuro melhor e de uma rutura sem retorno, e em que o poder político foi efetivamente tomado, mudando as estruturas económicas e sociais dominantes, cujos contornos utópicos a dinâmica histórica viria a matizar e até questionar. Abordam-se aqui também movimentos sociais tão significativos como o movimento operário britânico, ou, noutro polo, as revoltas populares antiliberais do século xıx. Os movimentos atuais das periferias urbanas que se organizam e revoltam num momento em que o valor e a forma do trabalho estão a mudar radicalmente desenhando uma sociedade de novos contornos e novos conflitos são também evocados.
In contracapa
Em parceria com a Ler Devagar, Rebeliões, Revoltas e Revoluções conta com autoria de André Barata, António Caeiro, António Louçã, Daniel Alves, Fátima Sá e Melo Ferreira, Isabel do Carmo, Mário Artur Machaqueiro, Miriam Halpern Pereira e Sacuntala de Miranda.
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