«Estamos diante de um filósofo-teólogo das palavras e da vida, tudo abarcando num afã de questionamento permanente. E pela via criadora da pergunta estabeleceu um diálogo inédito entre os grandes pensadores da cultura ocidental e das suas margens.»
Homem de um pensamento complexo, «[o]s seus textos são corpos vivos que assumem novas qualidades à medida que os contextos se alteram e que o cortejo dos seus diferentes leitores se modifica, com diferentes olhares e leituras que os enriquecem com novas interpretações». Esta «(…) será talvez a grande mensagem que se pode extrair do exercício hermenêutico que funda a novidade do contributo intelectual de José Augusto Mourão».
Um dia, quando se fizer a história do catolicismo português que nos é agora contemporâneo, há de ver-se, em toda a clareza, que um dos seus autores magistrais foi, afinal, um frade e poeta, quase clandestino, que morreu esta manhã em Lisboa. Chamava-se José Augusto Mourão e pertencia à Ordem dos Dominicanos.
José Tolentino Mendonça