«Abraço vivamente a sua ideia.» Bernardino Machado, José Leite de Vasconcelos e os Museus em Portugal é o título do catálogo da exposição homónima que inaugurou a 14 de outubro no Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão. O título desta mostra, «Abraço vivamente a sua ideia», foi a resposta de Bernardino Machado a José Leite de Vasconcelos a propósito da criação do Museu Etnográfico Português, atual Museu Nacional de Arqueologia.
Esta exposição reúne as coleções documentais, etnográficas e arqueológicas do Museu de Arqueologia e do Museu Bernardino Machado, assim como outros bens culturais e documentação de instituições como a Presidência da República e a Universidade de Coimbra, e, ainda, de coleções privadas relacionadas com o tema.
Já o catálogo, amplamente ilustrado, conta com textos de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, Mário Passos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, João Carlos dos Santos, Diretor-geral do Património Cultural, e António Carvalho, Diretor do Museu Nacional de Arqueologia. Conta ainda com os estudos «Abraço vivamente a sua ideia», de António carvalho e Lívia Cristina Coito; «Bernardino Machado. O percurso luminoso de um homem bom e de um cidadão republicano exemplar», de Norberto Ferreira da Cunha; «Bernardino Machado e a Secção de Antropologia do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra», de Ana Luísa Santos; «Leite de Vasconcelos e Bernardino Machado: Uma vida de correspondência», de Leonor Rosas, e ainda com uma vasta correspondência entre José Leite de Vasconcelos e Bernardino Machado. A coordenação científica do catálogo ficou a cargo de Norberto Ferreira da Cunha.
É um exemplo virtuoso e talvez incomum. Um político (que também era um homem do conhecimento e da ciência) e um erudito (com cautelas face à política), conhecem-se, correspondem-se e mantêm uma cumplicidade de meio século, que começa na monarquia constitucional (1890) e durará até ao Estado Novo (1941). Uma cumplicidade que diz respeito não apenas à sua história pessoal, mas à história da cultura e da ciência em Portugal. […] Conheceremos neste catálogo as vicissitudes do processo, e recordaremos outros episódios, ocorridos ao longo da longa vida de Bernardino Machado, nas décadas em que foi deputado, constituinte, ministro de várias pastas, diplomata, duas vezes primeiro-ministro, duas vezes Presidente, duas vezes exilado. E seguiremos o percurso mais resguardado, mas não menos ativo, de Leite de Vasconcelos, etnógrafo, arqueólogo, filólogo, homem devotado à ideia de um «inventário vivo do povo português», que veio a fundar e dirigir.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
«’Abraço vivamente a sua ideia.’ Bernardino Machado, José Leite de Vasconcelos e os Museus em Portugal» resulta de uma parceria entre o Município de Vila Nova de Famalicão, o Museu Nacional de Arqueologia e a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República.
A exposição tem entrada livre e estará patente até dia 23 de abril de 2023 no Museu Bernardino Machado. O catálogo já se encontra disponível nos locais habituais.
Saiba mais sobre este título aqui: https://imprensanacional.pt/edicoes/abraco-vivamente-a-sua-ideia-bernardino-machado-jose-leite-de-vasconcelos-e-os-museus-em-portugal/
Bernardino Machado e José Leite de Vasconcelos são duas figuras incontornáveis da Ciência e da Cultura portuguesa entre os finais do século xıx e primeira metade do século xx. Colegas, parceiros científicos, amigos com relação próxima durante mais de 50 anos.
Bernardino Machado foi o terceiro e o oitavo presidente eleito da República Portuguesa. Foi eleito duas vezes, em 1915 e em 1919. Nunca completou qualquer mandato surpreendido por golpes de estado: o primeiro, por Sidónio Pais e, depois, por Mendes Cabeçadas e Gomes da Costa.
José Leite de Vasconcelos, intelectual dedicado às raízes portuguesas, nas suas mais diversas vertentes, foi linguista, filólogo, arqueólogo e etnógrafo português, fundador do atual Museu Nacional de Arqueologia.