Aquando da primeira edição, em 2001, O Essencial sobre Guerra Junqueiro, de António Cândido Franco, pretendeu apresentar-se como um itinerário de leitura da principal obra poética de Guerra Junqueiro, pondo em destaque a largueza da sua imaginação, a justeza das suas imagens e a força real das suas representações.
Mais de vinte anos depois, no momento da sua reedição, António Cândido Franco reafirma neste livro que a embriaguez da criatividade e a magia surpreendente da expressão, aliadas a um virtuosismo rítmico e a uma intensidade imaginativa, chegam para dar ao poeta de Pátria um distintíssimo lugar na poesia portuguesa do século xx — ou pelo menos na sua corrente mais secreta, aquela que ao arrepio sobe às ocultas de Teixeira de Pascoaes a Mário Cesariny e a Herberto Helder.
Guerra Junqueiro foi uma importante voz para o Portugal republicano. Nasceu a 15 de setembro de 1850 em Freixo de Espada à Cinta (Bragança) e morreu em Lisboa, a 7 de julho de 1923. Foi um dos poetas mais populares do seu tempo e muito contribuiu, com os seus escritos, para a Proclamação da República Portuguesa, a 5 de outubro de 1910. Cursou Direito na Faculdade de Coimbra e estreou-se nas letras com Duas Páginas dos Catorze Anos, em 1864. Seguiram-lhe Vozes sem Eco, em 1867, e Baptismo de Amor, em 1868, A Morte de D. João, 1874, livro pelo qual se tornou conhecido, Musa em Férias, 1880, Velhice do Padre Eterno, 1885, Os Simples, 1892, Finis Patriae, 1890, Pátria, 1896 (onde ataca a dinastia de Bragança), Oração ao Pão, 1903, e Oração à Luz, 1904. Em 1920 publicaria, por fim, Poesias Dispersas. Abílio Manuel de Guerra Junqueiro foi também secretário-geral do governo civil de Angra do Heroísmo e de Viana do Castelo, cidade onde veio a casar. Entre 1878 e 1891 militou pelo Partido Progressista. Pouco depois acabou por aderir ao Partido Republicano. Depois da Implantação da República, foi ministro de Portugal na Suíça.
Conheça a vida e a obra de Guerra Junqueiro nesta 2.ª edição revista de O Essencial sobre Guerra Junqueiro, de António Cândido Franco.