A Imprensa Nacional, associada à Tinta-da-China, apresenta Granta em Língua Portuguesa, a única publicação em português que, desde 2018, sai simultaneamente em Portugal e no Brasil. Uma coedição que teve início com o n.º 5 da revista, dedicado ao tema da «traição».
A revista Granta é um espaço que tem por objetivo facilitar o intercâmbio literário e linguístico entre os países lusófonos, permitindo ao leitor, por um lado, o acesso a textos de escritores relevantes, com profusa inclusão de textos inéditos, e, por outro lado, o de acompanhar as tendências e abordagens atuais do universo literário.
O presente número é dedicado ao tema da Memória.
In memoriam de quê, de quem? Como nos alerta um dos textos desta edição, devemos seguir a prática avisada de um grande biógrafo inglês, Richard Holmes: escrever na página da direita os factos sobre o biografado e na página da esquerda as ‘impressões, interpretações, dúvidas, dificuldades’. Qualquer exercício de memória, como qualquer in memoriam, consiste nessa coexistência de factos e ideias sobre os factos, instável nuvem de imagens, incertezas, ficções.
Pedro Mexia
Colaboraram neste número da revista Granta: André Aciman, Socorro Acioli, Ronaldo Bressane, Philip Ó Ceallaigh, J. M. Coetzee, António Mega Ferreira, Aline Frazão, Luísa Costa Gomes, Fleur Jaeggy, Itamar Vieira Junior, Doris Lessing, Helena Machado, Alberto Manguel, Leonard Michaels, Lorrie Moore, Catarina Mourão, Maria Antónia Oliveira e Georges Perec. A direção editorial é de Pedro Mexia (Portugal) e de Gustavo Pacheco (Brasil).
Lembrar é sempre lembrar de algo que não existe mais. Nesse sentido, toda memória remete à transitoriedade da vida: ‘Tudo é efêmero, tanto quem se lembra quanto aquilo que é lembrado’, diz uma das Meditações de Marco Aurélio. Todo memento é, em alguma medida, memento mori, e os textos que você lerá a seguir estão aqui para nos lembrar disso. Cabe muita coisa na memória, esse ‘aposento amplo e infinito’, nas palavras de Santo Agostinho, e estas páginas são uma sólida amostra dessa variedade. Aqui estão memórias de familiares que se foram, de amores que se foram, de cidades que se foram – e múltiplas maneiras de lidar com essas perdas e com as lembranças dessas perdas.
Gustavo Pacheco
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