Teatro de Revista em Portugal: Revistas «Perdidas» e Outras (1851-1868), de autoria de Eugénia Vasques, Paulo Morais-Alexandre, David Cranmer, Luísa Lousã Marques, com coordenação científica de Eugénia Vasques, é um contributo para a preservação e divulgação de importantes inéditos da história do Teatro de Revista em Portugal. Encontra-se já disponível e conta com a chancela da editora pública portuguesa, a Imprensa Nacional.
A apresentação deste monumental volume (cerca de 1500 páginas) está marcada já para o dia 18 de janeiro, pelas 18 horas, na Biblioteca da Imprensa Nacional, em Lisboa.
Além de ensaios de enquadramento e análise historico-artística e da exploração de bibliografia especializada, envolvendo investigadores de diferentes instituições do ensino superior (CIAC — Centro de Estudos em Artes e Comunicação/Universidade do Algarve/Escola Superior de Teatro e Cinema-Politécnico de Lisboa, CIEBA — Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes, Faculdade de Belas-Artes/Universidade de Lisboa, CESEM — Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa), este monumental volume (cerca de 1500 páginas) dá a ler, através de transcrição, os guiões inéditos de revistas julgadas e tidas por perdidas e imagens de revistas publicadas na época da estreia mas de difícil acesso ou, mais ainda, de incontornável importância no conjunto.
O corpus é constituído pelas peças inéditas Lisboa em 1850: Revista em 3 Atos, O Festejo de um Noivado: Revista em 3 Atos e Qual deles os trará? Revista em 3 Atos, representadas, respetivamente, em 1851, 1852 e 1853, originalmente no Teatro do Ginásio Dramático. Seguem-se Fossilismo e Progresso, de 1855, e a Revista de 1858 (publicadas), Os Melhoramentos Materiais, de 1859 — peça que foi censurada, tendo sido publicada, mas que se mantém muito relevante porque denuncia, em prefácio, a natureza interesseira da censura —, Passado, Presente e Futuro, de 1861, a Revista de 1862 (já publicada, mas de que mostramos o manuscrito), a Revista (a Vapor), de 1866, a Revista de 1867 e a Revista Celebridades de 1868, publicada mas de que, igualmente, mostramos o manuscrito. Ainda que tenham chegado até nós, como neste livro se comprova, alguns títulos de peças representadas fora do Teatro do Ginásio Dramático, já que o espólio deste teatro (ou o que dele resta) ficou guardado no Conservatório de Teatro, onde funcionava a Inspeção Geral dos Teatros (vulgo, Censura), encontram-se por descobrir — caso tenham existido! — textos convencionais de Revistas (e não monólogos) relativos aos anos de 1853, 1854, 1856, 1857, 1860, 1863, 1864 e 1865 que não se encontram publicadas nem entre os despojos do acima referido arquivo histórico que recuperei, por um feliz acaso, do Arquivo do antigo Conservatório Nacional, sucessor do Conservatório Real fundado por Almeida Garrett.
Eugénia Vasques in Apresentação
Eugénia Vasques (n. Coimbra 1948). Professora-Coordenadora, jubilada, da Escola Superior de Teatro e Cinema/Politécnico de Lisboa. Estudou na Universidade de Paris VII, na Escola de Teatro do Conservatório Nacional, na Faculdade de Letras/Universidade de Lisboa e University of California, Santa Barbara, EUA. Doutorada em Hispanic Languages and Literature; equiv. Estudos Portugueses, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova, Lisboa. Investigadora do Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC)/Universidade do Algarve. Crítica (Jornal Expresso, Obscena, etc.) e investigadora de teatro, publicou, entre outros: Jorge de Sena: Uma Ideia de Teatro 1938‑71 (Lisboa, Cosmos, 1998; 2.ª ed. Guimarães, 2015), Mulheres que Escreveram Teatro no Século XX em Portugal (Lisboa, Colibri, 2001), O Que É Teatro (Lisboa, Quimera, 2003; reimpressão 2015, 2016, 2017, 2018), João Mota, o Pedagogo Teatral (Metodologia e Criação) (Lisboa, Colibri/IPL, 2006), Para a História da Encenação em Portugal (Lisboa, Sá da Costa, 2010), A Escola de Teatro do Conservatório (1836-1911) — Contributo para uma História do Conservatório de Lisboa, (Lisboa, Gradiva, 2012), «Teatro» in Dicionário de História de Portugal: o 25 de Abril, org., António Reis, Maria Inácia Rezola, Paula Borges Santos (Porto, Figueirinhas, 2017), António Pinheiro [1867-1943], col. «Biografias do Teatro Português», vol. 8. (Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Teatro Nacional D. Maria II/Teatro Nacional de S. João, Porto, 2019). Sobre Educação Artística (em colab. com Ana Caldas): Educação Artística: Para um Currículo de Excelência (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2014) e A Arte é para Todos (Lisboa, DG Edições, 2020). É Membro do conselho editorial da revista HUMANITAS do CIAC, Universidade do Algarve, membro do conselho editorial da revista Faces de Eva: Estudos sobre as Mulheres, do CICS, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa; membro do Conselho Científico dos Cadernos do Arquivo Municipal de Lisboa e membro do PEN CLUBE Portugal.
Paulo Morais-Alexandre (n. Lisboa 1962) é professor-coordenador da Escola Superior de Teatro e Cinema; presidente da Escola Superior de Educação de Lisboa do Politécnico de Lisboa; investigador integrado do Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes (CIEBA) da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; doutor em Letras, área de História, especialidade de História da Arte pela Universidade de Coimbra; sócio correspondente da Academia Nacional de Belas-Artes.
David Cranmer é docente universitário (NOVA-FCSH) e musicólogo. Os seus diversos interesses de investigação incluem a música em Portugal e no Brasil desde o século xvııı até inícios do século xx, Marcos Portugal, a terminologia dos instrumentos, a catalogação de arquivos e bibliotecas musicais, e a vida e obra de Camille Saint-Saëns. É autor, entre outros livros, de Música no D. Maria II: Catálogo da coleção de partituras (2015), Peças de um mosaico: Temas da história da música referentes a Portugal e ao Brasil (2017) e coordenador da monografia Marcos Portugal: Uma reavaliação (2012). É igualmente pianista e organista.
Luísa Marques é bibliotecária da Escola Superior de Teatro e Cinema; pós-graduada em Ciências da Documentação e Informação; mestre em Ciências da Documentação e Informação, no ramo de Biblioteconomia; sócia da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas.