O Breviário Romano: um exclusivo

Edição de 1786 do Breviarium Romanum, publicada pela Impressão Régia, com gravura de Carneiro da Silva.

Livro fundamental da liturgia cristã, utilizado para rezar as horas canónicas, o Breviário Romano foi várias vezes publicado pela Imprensa Nacional no final do século XVIII e ao longo do século XIX.

Por alvará, de 9 de maio de 1781, foi atribuído à Impressão Régia o privilégio exclusivo de impressão do Breviário, à semelhança de outros exclusivos que entretanto recebeu, como foi o caso do Missal Romano. Este modelo manteve-se durante várias décadas, assegurando uma parte das receitas da tipografia régia. Durante o período de reinado miguelista, este e outros privilégios seriam mesmo reforçados, de modo a compensar a perda de receitas com a impressão do Diário das Cortes, entretanto extinto por ordem de D. Miguel.

A procura do Breviário, que também encontrava um mercado importante no Brasil, onde a competição com edições italianas e francesas era mais intensa, levou a Imprensa Nacional a um esforço contínuo de reedição ao longo do século XIX, embora nem sempre encontrasse os recursos necessários para isso.

Esta edição de 1786, rubricada pelos censores com autorização da Mesa Censória para «correr», em 7 de setembro, é composta por quatro partes ou volumes, correspondendo às quatro estações do ano: Pars Hiemalis, Pars Verna, Pars Aestiva e Pars Autumnalis.

Entre as imagens encontra-se a gravura de Joaquim Carneiro da Silva, Adoração dos Pastores, de 1780, também publicada no volume I de A Idade do Papel, de Miguel Faria.

Ver no catálogo da biblioteca >>

Fotografias de Nuno Silva (INCM). Coleção Imprensa Nacional-Casa da Moeda.