Detalhes de documento

  • Arquivo
    INCM/Arquivo Histórico da Imprensa Nacional
  • Cota
    Correspondência Expedida - Ministérios. 1881-1886 - cx. 6
  • Tipo de documento
    Ofício
  • De:
    Administrador-Geral da Imprensa Nacional [Venâncio Deslandes]
  • Para:
    Ministro do Reino, Rodrigues Sampaio
Transcrição

«Uma das necessidades do estabelecimento a meu cargo é a criação de uma oficina destinada à brochura e encadernação de livros. Esta oficina deve ser, ao mesmo tempo, escola de aprendizagem. A esta necessidade reconhecida de há muito tempo não pôde até hoje dar-se satisfação por não haver no edifício a capacidade necessária; proporciona-a agora a mudança próxima de alguns serviços para a parte do convento das Trinas do Rato, a solicitação minha, cedida pelo Ministério da Fazenda à Imprensa Nacional.
Para dar segura direção ao meu pensamento […] é mister estudar o modo por que estão organizadas as melhores oficinas estrangeiras; e porque pode não só ser conveniente, mas porventura necessário contratar algum artista de reconhecida capacidade e larga prática em alguns dos mais notáveis estabelecimentos desta ordem de trabalhos em Alemanha, ou França, devem, desde já, dispor-se as coisas para, na ocasião oportuna, se poder lançar mão deste elemento, quando se reconheça indispensável.
Convém mais ver em trabalho as máquinas modernas, e precisar de entre elas as que devem adquirir-se para, com o menor número de braços se alcançar a maior, mais perfeita e mais económica produção.
Estes estudos, como levo dito, só podem ser feitos visitando as oficinas deste género, e principalmente aquelas de maior e mais justificada reputação. Peço, pois, autorização para as fazer do modo por que, em casos semelhantes, tem sido concedido aos meus antecessores. O cofre da casa está habilitado, sem o auxílio de recursos extraordinários, para correr com todas as despesas com que for preciso entrar para a criação da nova oficina, e uma vez aberta de certo se reduzirá o preço por que até agora se tem pago estes trabalhos, e o que mais é, evitar-se que se façam fora do edifício, prática ora imposta pela necessidade, e, por muitas razões, contrária aos bons princípios da administração.[…]»