«Exm.º Sr Diretor Geral da Imprensa Nacional,

Em virtude da ordem que recebi de V. Ex.ª, por intermédio do Sr. Chefe dos Serviços Tipográficos, vou expor-lhe, ainda que muito singelamente, o que se torna necessário fazer para o bom andamento dos serviços do Armazém de Impressos:
Aumento de pessoal
O atual é insuficiente, em vista do grande desenvolvimento que os serviços tomaram desde julho de 1912, data em que me foram confiados, bastando para justificar esta afirmativa a circunstância de, no ano económico de 1912 a 1913 o valor dos impressos saídos ter sido de 571622$42,9 e no ano económico de 1913 a 1914 de 102136$86, não representando esta diferença o custo dos impressos que não sofreu alteração, mas, sim a quantidade e não incluindo as publicações do Ministério da Guerra que desde 1 de janeiro de 1914 estão também à venda no armazém, das quais saíram exemplares no valor aproximado de 700$00.
No atual ano económico não tem diminuído o movimento e tanto assim que, até ao fim do mês de fevereiro, já estão saídos do Armazém 45155$83, não estando também incluída a venda das publicações do Ministério da Guerra que têm sido importantes.

Aumento de vencimentos
Atualmente o quadro é constituído pelo seguinte pessoal:
1 Fiel (afiançado pela importância de 2000$00) 1$50
1 Ajudante do Fiel 1$00
1 Arrumador $75
1 Servente $60

Com este pessoal torna-se impossível satisfazer todos os serviços, tanto mais sendo a remuneração tão diminuta e se não fosse a boa vontade de todos e o auxílio de duas horas por dia, de serviço extraordinário, resolução tomada pelo antecessor de V.Ex., em virtude de exposições que fiz e que ele reconheceu justas, decerto não faltariam reclamações.
Nestas circunstâncias, julgo de toda a conveniência, e por isso ouso pedir a V. Ex.ª, que de futuro o quadro seja constituído pela seguinte forma:

1 Chefe de Armazém (com a fiança regulamentar) 2$00
1 Ajudante 1$50
1 Escriturário 1$30
2 Arrumadores 1$80
1 Servente $75
[…]»