«Durante a minha longa administração, tenho, por várias ocasiões, exposto ao Governo de Sua Magestade, com toda a franqueza e lealdade, quanto é mperfeita, deficiente e anómala a organização do serviço central superior deste Estabelecimento. Tem a Imprensa Nacional assumido extraordinário desenvolvimento; o seu pessoal técnico e artístico é hoje muito mais do duplo do que há tantos anos; o movimento da sua receita e despesa triplicou em o referido período: realizou-se, portanto, um notabilíssimo progresso, que é apreciado com aplauso por todo o país; reconhecido, e até admirado entre as nações mais ou menos adiantadas. Ao mesmo passo aquele serviço, tão complexo e difícil, mormente considerada a índole especialíssima da Imprensa Nacional, que, sem deixar de ser uma fábrica, deve forçosamente subordinar-se, nas suas relações administrativas e económicas, às fórmulas severas e minuciosas a que se acham sujeitas todas as estações oficiais, conserva-se ainda regulado pela acanhada reforma de 8 de outubro de 1836.
Daqui resultam, como é óbvio, graves transtornos e inconvenientes, que seria fastidioso enumerar, e que aliás se revelariam em mais larga escala, se eu não houvesse encontrado nos empregados da Contadoria inexcedível dedicação, atividade e zelo, que nunca esfriaram sequer, apesar de lhes não haverem aproveitado as regalias e vantagens conferidas desde muito tempo a quase todos os outros servidores do Estado. […]»