Ficha
«’Venham até à Imprensa Nacional, venham às suas livrarias, passem por cá. Não quero dizer que venham comprar mas vejam, folheiem. Nós não praticamos o oportunismo editorial, mas vejam que efetivamente podem levar daqui coisas importantes que servem para enriquecer a vossa cultura […] Espero que o Instituto Português do Livro apareça rapidamente para o livro português ser cada vez mais conhecido aqui e lá fora […]. E Espero que o Governo tenha uma atenção especial para o livro. O livro faz parte do património das pessoas e portanto deve ser bonificado, nas taxas do papel, nos portes, etc.’
Ao fim de uma entrevista em que o tema foi o livro e os seus problemas, mas um livro muito especial, aquele que é editado pela Imprensa Nacional, eis-nos diante dos votos otimistas de um homem sem dúvida apaixonado pela cultura livreira de Portugal, Américo Farinha de Carvalho, responsável pela editora da Imprensa Nacional, também autor voltado para a pesquisa histórico-filosófica, em trabalhos publicados em jornais e revistas especializadas, e obras a publicar sobre Diogo Couto, Luciano Cordeiro, Alberto Sampaio (estudos económicos) e questão da cultura africana. Ei-lo numa entrevista à Edição Especial a falar da Imprensa Nacional, de livros e projetos.
[…]
— Qual é a atividade da Imprensa Nacional em relação às publicações?
— Esta pergunta poderia ter várias respostas. Nós, por via de regra, estabelecemos um programa editorial em duas perspetivas: ou reeditamos obras de fundo cultural, que mais ninguém edita, porque o seu valor comercial é relativo, ou editamos obras, procurando pessoas que científica e culturalmente tenham um valor incontestado para darem desenvolvimento aos projetos.
Temos, por exemplo, em preparação, o álbum da Madre de deus e está também para sair em breve a bibliografia da Literatura Africana de Expressão Portuguesa. […]»