Ficha

«Espalhou-se o segredo. Não descobrimos nenhuns ‘Lusíadas’ ignorados, mas uma nova edição. A edição definitiva — ‘edição nacional’, como a considera o poeta Afonso Lopes Vieira, purista e admirável da língua, que tomou sempre os ombros de tão formidável encargo. É na Imprensa Nacional que se estão confecionando os ‘Lusíadas’ de 1927. […]
[…] As características da edição ajustam-se, em absoluto, à linguagem da época. É o que nos diz Luís Derouet, homem de raro talento administrativo e intelectual que, dentro da Imprensa Nacional, tem feito obra verdadeira e duradoura.
— A edição nacional dos ‘Lusíadas’, que a Imprensa está realizando, tem por fim, como quer Afonso Lopes Vieira, ministrar a todos os portugueses o mais puro texto do Poema, apresentado em superiores condições da arte do livro.
— Vai ser então uma maravilha…
— Pretende-se criar o Livro de Horas nacional, aproveitando-se todos os superiores elementos que para este fim concorrem.
— Características?
— Texto — revisto e esclarecido pelos srs. dr. José Maria Rodrigues e Afonso Lopes Vieira, e pela primeira vez impresso.
— Terá algum prefácio?
— Sim, senhor. De D. Carolina Michaëlis de Vasconcelos. Trata-se dum trabalho lapidar, publicado, na Alemanha, na ‘Biblioteca Romanica’.
— Gravuras?
— Duas apenas. Uma da portada da edição ‘princep’, e outra do retrato inédito de Camões, que está na coleção do sr. Carvalho Monteiro. Este retrato será estudado pelo sr. José de Figueiredo, em nota de edição.
— Qual a ortografia adotada na obra?
— A oficial.
— Formato do livro?
— Oitavo. Três estâncias por página, em Elzevir, corpo 8 itálico. O começo dos cantos será igual à disposição da edição ‘princep’, sofrendo, no entanto, uma redução.
[…]»

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