«Diz o curador da Administração da Casa do Ex.mo D. António Soares de Noronha que vendo uma das propriedades pertencentes à mesma casa o Palácio, que está ocupando a Impressão Regia, o qual desde tempo antigo anda arrendado em seiscentos e sessenta mil réis quando já há anos houve quem o quis arrendar, pelo preço de um conto, e duzentos mil réis, e ainda obrigando-se a fazer-lhe algumas benfeitorias e concertos a sua custa, proposição que estão se não aceitou, em atenção ao Régio Emprego com que o mesmo Palácio estava ocupado, porém como presentemente há quem ofereça a mesma renda do dito conto e duzentos mil réis, pelo dito Palácio em que de próximo foi avaliado, atento o atual estado, e local do mesmo Palácio, e á grande maioria a que tem subido o valor das propriedades nesta capital, e não podendo nas atuais circunstâncias, perder a casa administrada o aumento da renda do dito Palácio, pelos empenhos em que se acha, e que tem contraído mesmo no serviço de V.A.R., por cujos motivos se lhe concedeu a Régia Administração em que se acha, requereu por isso o sup.te curador, a quem compete fiscalizar os interesses da mesma casa à Junta Administrativa da mesma Impressão Regia o competente aumento da renda com alternativa de despejo; porem lhe não deferiu dizendo requeresse imediatamente a V. A. R. como consta do despacho incluso da mesma Junta; em cujos termos recorre o supp.te a V.A. Real para que se digne diferir-lhe ao justo aumento da renda daquele Palácio, mandando se contribua no cofre da mesma Administração com a renda anual do dito conto e duzentos mil réis, que é o valor da renda correspondente ao dito Palácio, requerendo o seu estado atual, e valor das propriedades em geral, a fim de com este aumento poder tão bem melhor acudir, a satisfazer aos ónus e empenhos, com que se acha gravada a mesma casa administrada, e que fizeram, já de antigos tempos, o objeto da graça da Régia Administração que se lhe conferiu portanto […].»
«Aviso Régio»
«O Príncipe Regente Nosso Senhor é servido que a Junta Administrativa, Económica e Literária da Impressão Regia vendo a petição inclusa do curador da Administração da casa de D. António Soares de Noronha, e mandando proceder à avaliação da renda que merece o edifício, de que se trata, interponha o seu parecer sobre este negócio, para tudo ser levado à real presença do mesmo senhor. O que V. M.ce fará presente nesta Junta, para que se execute […] Paço 24 de julho de 1806 = Luís de Vasconcelos e Sousa.»