2020 afigura-se mais um ano desafiante para a Imprensa Nacional e a poesia continuará a ser uma aposta forte da editora pública portuguesa.
Em 2020 a Imprensa Nacional continuará a acolher os poetas na coleção «Plural». Serão publicados nesta coleção: Guardar. a Cidade e os Livros. Porventura, de Antonio Cicero, O Último Poeta Romano, de Paulo Teixeira, Toda Poesia, de Paulo Leminski, e as obras poéticas de Salette Tavares e de Natércia Freire.
Também a Poesia, de Sá de Miranda, sairá este ano, na coleção «Clássicos». Quanto à coleção dedicada a Fernando Pessoa, a «Pessoana», vai acolher os Poemas de Alberto Caeiro, numa edição de Ivo Castro.
A Imprensa Nacional continuará a divulgar, ao longo deste ano, os pensamentos críticos dos mais destacados ensaístas na coleção «Olhares». Para este ano espera-se a A Enxada e a Lança, de Alberto da Costa e Silva, e Viagens com um Mapa em Branco, de Juan Gabriel Vásquez.
Ainda no domínio dos ensaios, a coleção «Estudos de Religião», feita em parceria com o Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, recebe em 2020 os títulos Génese e Institucionalização de uma Experiência Eremítica, de João Luís Fontes, Teologia e Poesia em Carlos Drummond de Andrade, de Alex Villas Boas, e Religião, Território e Identidade, coordenado por Alfredo Teixeira.
No domínio da filosofia há uma novidade há muito aguardada: a Imprensa Nacional reedita este ano uma das grandes obras-primas da literatura ocidental, Confissões de Santo Agostinho, em versão bilingue (português/latim), título que se encontra há muito esgotado.
Em 2020 a editora pública continuará a restaurar minuciosamente as «oficinas de trabalho» dos autores maiores da literatura portuguesa, guiados pelo olhar crítico e atento dos nossos maiores especialistas que reconstroem verdadeiras «catedrais» nas coleções de «Edições Críticas». Este ano esperam-se Frei Luís de Sousa na «Edição Crítica de Almeida Garrett», Eusébio Macário. A Corja (num só volume) na «Edição Crítica de Camilo Castelo Branco» e Philidor e A Relíquia na «Edição Crítica de Eça de Queirós».
O Teatro Completo de Natália Correia, em dois volumes, entrará este ano para a coleção «Biblioteca de Autores Portugueses».
Também as Crónicas que Nuno Brederode Santos publicou no Diário de Notícias se juntam ao catálogo da editora, numa organização da responsabilidade de Maria do Céu Guerra e Maria Emília Brederode Santos.
A coleção dedicada aos grandes autores italianos (clássicos e contemporâneos), a «Itálica», vai receber em 2020 um volume dedicado ao Teatro de Pirandello, onde serão publicadas algumas traduções inéditas para português deste dramaturgo italiano. A coordenação do volume será de Jorge Silva Melo. A «Itálica» recebe ainda a poesia completa de Giuseppe Ungaretti, Vida de Um Homem, que conheceu a sua tradução para o português pela mão de Vasco Gato.
De Itália chega ainda um título importante para a Imprensa Nacional, pela lavra de Anna Dolfi: O Essencial sobre Antonio Tabucchi. A mesma coleção acolherá também O Essencial sobre Ruben A., no ano em que se assinala o centenário de nascimento deste escritor.
Do Brasil chega um outro projeto importante e notável. Conjuntamente com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, a Imprensa Nacional publica em 2020, a publicação do Dicionário de Machado de Assis.
Ainda no que diz respeito a dicionários, o investigador Daniel Pires vai trazer-nos um dicionário dedicado a uma das mais complexas e notáveis figuras do Iluminismo português: Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Em 2020, a Imprensa Nacional continua a apostar nos designers portugueses na «Coleção D», coordenada por Jorge Silva. Este ano sairá o volume dedicado ao trabalho de Cristina Reis.
As objetivas da editora pública continuam bem focadas nos fotógrafos nacionais. José Manuel Rodrigues (com apresentação de Rui Prata) é o nome que se segue na «Série Ph».
A pensar nos mais novos a coleção «Grandes Vidas Portuguesas» vai receber mais quatro biografias: Carolina Beatriz Ângelo, Amália Rodrigues, Sidónio Pais e Mário Soares, estes dois numa série, dentro da coleção, dedicada aos Presidentes e feita em parceria com o Museu da Presidência da República. Já a coleção infantojuvenil do Museu Casa da Moeda recebe este ano O Golfinho. Recorde-se que a Imprensa Nacional-Casa da Moeda associa-se ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, sendo que parte das receitas das vendas deste livro (bem como das moedas associadas) contribuem diretamente para a proteção da espécie.
Ainda a pensar no ambiente, e no âmbito da Lisboa Capital Verde 2020, a Imprensa Nacional associa-se à Câmara Municipal de Lisboa inaugurando a coleção «Botânica de Portugal». Estão previstos 7 títulos e o primeiro a sair do prelo será: Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental.
Distribuídas por diversas coleções que vão da poesia às edições críticas, passando pelas obras completas, pelo design, pela fotografia, pela história, filosofia, infantojuvenil, as edições da Imprensa Nacional continuarão em 2020 a ir ao encontro da sua missão primordial: publicar obras essenciais da cultura nacional e universal e preservar, promover e ampliar o património bibliográfico da língua portuguesa.
E no sentido de chegar a mais gente e de captar novos públicos, a Imprensa Nacional fará em 2020 o maior esforço da sua história no caminho da desmaterialização e de uma oferta diferenciada de conteúdos.
A saber: contará com cerca de 40 edições que incluem livros eletrónicos, terá 11 edições que incluem disponibilização gratuita (após uma primeira edição em papel ou em simultâneo). A Imprensa Nacional iniciará também uma coleção de audiolivros de autores clássicos portugueses com disponibilização gratuita, prevendo-se dois a três audiobooks por ano. Em 2020 a Imprensa Nacional estreia um programa semanal na RTP/Antena 2 sobre «autores essenciais», tendo por base os livros da coleção «O Essencial Sobre». Os programas poderão ser ouvidos em direto e, posteriormente, em podcast.
Por fim, a Imprensa Nacional vai inaugurar o seu sítio na Internet, em 2020, com conteúdos próprios e exclusivos totalmente orientados para a literatura e cultura portuguesas, bem como para a história desta instituição.