A Encomenda prodigiosa – Da Patriarcal à Capela Real de São João Batista foi uma das grandes exposições patentes em Lisboa, entre maio e setembro de 2013. Dividida entre o Museu Nacional Arte Antiga (MNAA) e a Igreja e Museu de São Roque – Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a exposição foi comissariada por António Filipe Pimentel e Teresa Leonor Vale.
O catálogo da exposição foi feito em parceria com a Imprensa Nacional. Aqui se reúne um conjunto valioso de textos de especialistas nacionais e estrangeiros e se promove os dois núcleos desta grande exposição: o primeiro do MNAA, tendo por tema a Basílica Patriarcal, e o segundo da Igreja de São Roque, local detentor da capela e do núcleo do Museu de São Roque.
Estes dois percursos propõem uma viagem pelo reinado do fidelíssimo D. João V, reinado em que as relações entre Portugal e Roma assumem um papel determinante na afirmação do monarca perante as outras cortes católicas da Europa. Assim, conhecer este catálogo é ficar a conhecer melhor D. João V, um rei que há mais de 250 anos fez da arte um dos seus principais instrumentos de governação.
Esta Encomenda Prodigiosa é, por fim, mais um excelente exemplo da dinamização entre instituições culturais e museológicas portuguesas. Instituições que agora, face às circunstâncias da pandemia do Covid-19, se mobilizam para continuar a servir os seus leitores e, claro, os seus visitantes.
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Num cenário de fausto espiritual, cultural e político, o fidelíssimo D. João V engrandeceu a velha capela manuelina do Palácio Real, tornando-a basílica com benefícios litúrgicos, numeroso cabido, músicos, cantores e espólio artístico de supremo valor para espanto dos comuns e agrado da cúria romana. Na mesma Lisboa, com igual fausto mas a noroeste da Basílica Patriarcal, a Igreja de São Roque seria palco da maior sacralização régia ao receber o monumento que o monarca mandara desenhar e executar em Itália: a Capela de São João Batista; sagrada em Roma e declarada pontifical. Ao contrário da Patriarcal, que pereceu nos escombros do terramoto de 1755, a Capela de São João Batista permanece como conjunto patrimonial de inquestionável relevância. Propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – Museu de São Roque, mereceu o desenvolvimento de um projeto global que envolveu investigação, restauro e musealização das suas coleções, um projeto possível de levar a bom termo através de uma parceria com o Museu Nacional de Arte Antiga. (…) Ferramentas fundamentais ao serviço da gestão patrimonial e museológica, as parcerias de projeto revelam uma melhor gestão de recursos, um maior domínio de ação, uma inegável partilha de saber e uma mais eficaz divulgação de conhecimento a delegar nas gerações futuras.
Isabel Cordeiro Diretora-Geral do Património Cultural